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Estado de Minas BERNA

Suíça interrompe negociação para firmar relações com UE


26/05/2021 12:54

A Suíça anunciou nesta quarta-feira (26) a interrupção das negociações com a União Europeia (UE) sobre um acordo de cooperação bilateral, por acreditar que isso poria em risco sua política migratória.

As negociações sobre o quadro jurídico que deve estabelecer a participação da Suíça no mercado único europeu e sobre o mecanismo de resolução de controvérsias começaram oficialmente em 2014, na sequência de reclamações de Bruxelas.

As negociações se arrastaram por anos e, em 2018, Bruxelas disse publicamente que as considerava encerradas, enquanto os suíços insistiam em renegociar vários pontos.

Nesta quarta-feira, o presidente suíço, Guy Parmelin, afirmou em entrevista coletiva que o governo estava "interrompendo" as negociações.

Um acordo teria "provocado uma mudança fundamental nas relações entre a Suíça e a UE", e isso exigia um "compromisso importante" do lado suíço, explicou o ministro das Relações Exteriores, Ignazio Cassis.

As negociações cobriam cinco áreas: livre-circulação de pessoas, transporte terrestre, transporte aéreo, barreiras técnicas ao comércio e agricultura.

O acordo-quadro também teria estabelecido regras para negociações futuras, como acesso a mercados, como o de eletricidade.

Parmelin e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reuniram-se em 23 de abril passado, em Bruxelas, sem avançar nos pontos de discórdia, principalmente livre-circulação de pessoas e subsídios do governo.

A UE queria um acordo-quadro que estabelecesse as regras mínimas para todos os setores.

O principal parceiro comercial da Suíça é o bloco de 27 países europeus.

"Lamentamos esta decisão, tendo em conta os progressos registrados nos últimos anos para tornar realidade o Acordo-Quadro Institucional", reagiu a Comissão Europeia em um comunicado.

Berna sempre temeu que um acordo excessivamente generoso prejudicasse a proteção dos salários suíços, mais elevados do que na UE, devido ao custo de vida e, no longo prazo, afetasse a própria política demográfica e social.

"O impasse com a UE é a interpretação divergente da livre-circulação de pessoas. Para a Suíça, trata-se essencialmente da livre-circulação de trabalhadores e suas famílias, enquanto para a UE se trata da livre-circulação de todos os cidadãos e cidadãs da UE", havia explicado o ministro das Relações Exteriores da Suíça no final de abril.

Se a Suíça tivesse aceitado esta versão muito mais ampla de circulação de pessoas, teria significado "uma mudança de paradigma na política de migração (...), e isso teria consequências na assistência social", explicou o ministro nesta quarta-feira.

Em 2020, a Suíça exportou para a UE mercadorias no valor de 108 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 120 bilhões), representando 48,2% de suas exportações totais.

No mesmo período, importou mercadorias no valor de 120 bilhões de francos suíços (em torno de US$ 133 bilhões), representando 66,3% de suas importações.

A Suíça tem um setor industrial potente e competitivo, especialmente farmacêutico, mas também conta com laços estreitos com empresas na Alemanha, na Itália e na França.


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