Jornal Estado de Minas

BOGOTÁ

Quase 200 líderes dos direitos humanos foram assassinados na Colômbia em 2020

Quase 200 líderes dos direitos humanos foram assassinados na Colômbia em 2020, no pior ataque contra os ativistas sociais nos últimos 11 anos, denunciou a ONG Somos Defensores nesta quinta-feira (20).



Desde o estabelecimento da paz com a guerrilha FARC em 2016, os assassinatos aumentaram, mas em meio à pandemia os defensores de garantias básicas "ficaram ainda mais desprotegidos e expostos à violência", disse a organização em seu relatório anual.

Os agressores aproveitaram o confinamento rigoroso em vigor no país entre março e setembro para encontrar suas vítimas "em locais próximos à sua residência ou dentro dela", o que evidencia "a ineficácia das políticas" do governo para protegê-las, diz a ONG.

No total, 199 defensores dos direitos humanos e líderes sociais foram assassinados em 2020, um aumento de 60,4% em comparação com 2019.

Os departamentos com maior número de casos foram Cauca (52), Antioquia (23) e Nariño (22), todos com alta presença militar.

Segundo a ONG Somos Defensores, a maioria dos homicídios se encontra na impunidade. Desde 2016, a Promotoria conseguiu condenações em 16% dos 417 casos que investiga, destaca.

A Colômbia é um dos países mais perigosos do mundo para se exercer o ativismo, de acordo com ONGs como Global Witness.

Em novembro de 2020, a então ministra do Interior, Alicia Arango, reconheceu no Congresso a "fraca presença e capacidade do Estado em resolver esses assassinatos infelizes".

audima