Para esta cúpula, Macron recebeu o presidente sudanês Abdel Fatah Al Burhan, bem como seus homólogos do Egito, Etiópia e Ruanda. Também estiveram presentes dirigentes do FMI, do Banco Mundial e da União Africana, chefes da diplomacia europeia (Itália, Alemanha) e do Golfo (Arábia Saudita, Kuwait), representantes da ONU e da União Europeia.
Antes da cúpula, o ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, anunciou que Paris concederá ao Sudão 1,5 bilhão de dólares, na forma de um empréstimo-ponte, para ajudar a pagar sua enorme dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O presidente francês havia feito a promessa ao primeiro-ministro sudanês Abdullah Hamdok em setembro de 2019, seis meses após a revolução que depôs o ditador Omar al Bashir, que esteve no poder por 30 anos.
"Hourriya, Salam, Adalah", Liberdade, Paz, Justiça. "Três palavras que os atores da revolução sudanesa entoaram", disse o presidente francês na abertura da cúpula, homenageando uma transição que descreveu como a primeira vitória na região contra o Islã político.
Ele pediu aos líderes do Sudão que continuem com suas "corajosas reformas econômicas". "A redução da dívida do Sudão, que em breve iniciaremos, é um primeiro resultado dessas reformas, e essa trajetória de retorno do Sudão ao concerto das nações deve ser fortalecida", acrescentou.
"Boa decisão, na hora certa. Cabe agora ao Sudão e à comunidade internacional demonstrar que o novo Sudão é uma oportunidade para investidores e não mais um caso perdido. A ONU está pronta para apoiar", tuitou o enviado especial para o Sudão, Volker Perthes, na sequência do anúncio francês.
O Sudão, país rico em recursos petrolíferos e minerais, tem uma dívida externa de 60 bilhões de dólares. A pandemia da covid-19 afetou uma economia que está em recessão há três anos, com alta inflação e grave escassez de produtos básicos.
PARIS