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Estado de Minas MOSCOU

Rússia adverte contra ambições ocidentais no Ártico


17/05/2021 13:35 - atualizado 17/05/2021 13:37

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, declarou nesta segunda-feira (17) que o Ártico é uma área sob influência da Rússia e alertou os países ocidentais contra suas ambições, a poucos dias de um importante fórum regional.

"Está claro para todos, há muito tempo, que esta é nossa terra, nosso território. Respondemos pela segurança do nosso litoral, e tudo o que fazemos ali é perfeitamente legal e legítimo", disse Lavrov, em entrevista coletiva.

"Quando a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) tenta justificar sua ofensiva no Ártico, não é a mesma situação, e temos perguntas para os nossos vizinhos, como a Noruega, que tentam justificar a chegada da Aliança ao Ártico", afirmou, garantindo que o Grande Norte são "nossas terras e nossas águas".

Os vastos recursos do Ártico estão cada vez mais acessíveis devido aos efeitos das mudanças climáticas e a área enfrenta crescentes tensões geopolíticas, especialmente entre Moscou e Washington, um aliado dos países escandinavos.

Ambos os lados realizaram exercícios militares nos últimos meses, com os Estados Unidos enviando bombardeiros à Noruega por meio da OTAN e Moscou, realizando importantes exercícios aéreos e marítimos.

- Cúpula na Islândia -

As declarações surgem às vésperas do início de uma reunião do Conselho do Ártico, uma região que atrai cada vez mais interesses econômicos e geopolíticos. A reunião inclui representantes de Rússia, Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega e Islândia.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, deve se reunir com Lavrov pela primeira vez, antes de uma possível cúpula entre os presidentes Joe Biden e Vladimir Putin em junho.

Nesta segunda-feira, Blinken elogiou, durante uma visita à Dinamarca, um plano de investimentos de Copenhague, avaliado em 200 milhões de euros (cerca de 243 milhões de dólares) e que visa o reforço da vigilância militar na Gronelândia e no Atlântico Norte.

Nesse contexto, Lavrov pediu a reativação das reuniões regulares entre os chefes de Estado-Maior dos países membros do Conselho para "reduzir os riscos no nível militar". Essas reuniões estão suspensas desde 2014.

"Seria perfeitamente lógico restabelecer essas relações entre os militares, que se entendem melhor do que os políticos", disse o especialista russo Fyodor Lukianov, editor-chefe da revista "Russia in Global Affairs".

"Mesmo que esta medida confirme um retorno à Guerra Fria, seria um passo adiante nesta situação", disse ele, entrevistado pela AFP.

De modo constante, a Rússia foi aumentando sua presença militar no Ártico nos últimos anos, reabrindo e melhorando várias bases e aeroportos abandonados desde o fim da era soviética.

Também implantou ali seus sistemas de defesa aérea S-400 de última geração.

Em março, realizou diversas manobras na região, utilizando submarinos e realizando exercícios de destruição de drones, reabastecimento em voo e ataques de drones neutralizantes.

Os interesses russos se chocam com os de seus vizinhos regionais, incluindo os Estados Unidos, que, este ano, enviaram bombardeiros estratégicos para treinamento na Noruega. Em 2020, posicionaram navios no Mar de Barents, na zona econômica exclusiva da Rússia.


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