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Estado de Minas GAZA

Bombardeios israelenses matam 42 em Gaza e chefe da ONU pede fim das hostilidades


16/05/2021 21:47 - atualizado 16/05/2021 21:49

Israel bombardeou profusamente a Faixa de Gaza na manhã desta segunda-feira (domingo, 16, no Brasil), onde pelo menos 42 palestinos morreram no domingo, incluindo muitos menores de idade, no dia mais sangrento desde o início da espiral de violência, enquanto uma reunião do Conselho de Segurança da ONU não levou a nenhum avanço.

Em poucos minutos, a aviação israelense realizou dezenas de bombardeios no enclave palestino, causando cortes de energia, relataram jornalistas da AFP. Em um breve comunicado, a instituição informou que seus "caças" estavam bombardeando "alvos terroristas" em Gaza.

Pouco antes, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, na abertura da sessão de emergência do Conselho de Segurança declarou: "Este ciclo insensato de derramamento de sangue, de terror, de destruição, deve cessar imediatamente."

Ele disse temer que a violência "desencadeie uma crise incontrolável" na região. Esta terceira reunião virtual, porém, não resultou em nenhuma proposta.

Segundo vários diplomatas entrevistados pela AFP, os Estados Unidos, exibindo uma posição que muitos de seus aliados consideram incompreensível, se recusaram novamente a emitir uma declaração conjunta que permitiria uma rápida interrupção dos confrontos.

O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, multiplicou no domingo as conversas com seus homólogos de várias nações regionais importantes, como Catar, Egito e Arábia Saudita, para tentar conter a violência, segundo o Departamento de Estado.

- Ataque em Jerusalém Oriental -

Pelo menos 42 palestinos, incluindo ao menos oito crianças e dois médicos, foram mortos em bombardeios israelenses em Gaza, um enclave pobre de dois milhões de habitantes sob bloqueio israelense há quase 15 anos.

Este é o maior número de mortes diárias em Gaza desde o início do novo ciclo de violência, em 10 de maio. Um total de 192 palestinos foram mortos, incluindo 55 crianças, e 1.230 feridos, de acordo com o último balanço fornecido pelas autoridades palestinas.

Em Israel, dez pessoas foram mortas, incluindo uma criança, e 282 feridas, em disparos de foguetes palestinos desde segunda-feira.

Grupos armados palestinos, incluindo o Hamas no poder em Gaza, dispararam mais de 3.100 foguetes contra Israel, segundo o exército hebreu, que ressaltou que grande parte deles foi interceptada.

"A intensidade deste conflito é algo que nunca vimos antes", alertou Robert Mardini, diretor-geral da Cruz Vermelha.

Em Jerusalém, que não havia sido muito afetada até então, um veículo colidiu contra soldados israelenses que patrulhavam no bairro de Shaykh Jarrah, em Jerusalém Oriental. O ataque deixou vários feridos, segundo as equipes de resgate e a polícia israelense, que disseram ter "neutralizado" o agressor, sem especificar se ele estava morto ou ferido.

- "A todo vapor" -

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 40 mil pessoas fugiram de suas casas no território. A agência da ONU para refugiados palestinos disse que abriu mais de 40 escolas para abrigar os deslocados.

Lamia Al Kulak, de 43 anos, perdeu seus parentes em um atentado a bomba no domingo. "Estávamos dormindo quando uma chuva de mísseis nos atingiu. Sem aviso. Quando saímos, encontramos o prédio vizinho devastado. Todas as pessoas que estavam sob os escombros eram pessoas normais", lamentou.

Em sua feroz ofensiva contra o Hamas, que governa Gaza, o exército israelense anunciou que havia atacado as casas de Yahya Sinouar, chefe do grupo jihadista na Faixa, e de seu irmão, "um militante terrorista", publicando imagens de um casa pulverizada em uma nuvem de poeira.

Fontes de segurança palestinas confirmaram o bombardeio, mas o destino de Sinouar é desconhecido.

O primeiro-ministro Benjamin Netahyahu, em mensagem aos israelenses, reiterou que a operação "levará tempo" e urgiu seus compatriotas a "limitarem suas atividades externas". "Nossa campanha contra organizações terroristas continua a todo vapor", garantiu.

- "Alvo legítimo" -

No sábado, um prédio de 13 andares onde ficavam os escritórios da emissora Al Jazeera, do Catar, e da agência de notícias Associated Press (AP), dos Estados Unidos, foi reduzido a escombros em um bombardeio do exército israelense, que havia pedido a evacuação do prédio.

Segundo o exército, o imóvel também abrigava "entidades pertencentes à inteligência militar" do Hamas, acusadas de usar civis como "escudos humanos".

Em entrevista ao canal norte-americano CBS, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu justificou o atentado, afirmando que se tratava de "um alvo perfeitamente legítimo". Ele garantiu se basear em informações dos serviços de inteligência.

Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) iniciaram neste domingo um processo perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) devido aos atentados contra os veículos de comunicação, alegando que eles podem constituir "crimes de guerra", disse um porta-voz da associação à AFP.

Esta nova escalada do conflito estourou após o lançamento por Gaza de uma rajada de foguetes contra Israel em "solidariedade" às centenas de palestinos feridos em confrontos com a polícia israelense na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, um setor palestino ocupada por Israel desde 1967.

Os tumultos na esplanada, terceiro lugar sagrado do Islã, foram o culminar de fortes tensões e confrontos em Jerusalém Oriental, principalmente devido à ameaça de expulsão de famílias palestinas em favor de colonos judeus em um bairro da Cidade Santa.

As hostilidades se espalharam para a Cisjordânia, outro território palestino ocupado por Israel desde 1967, onde confrontos com o exército israelense deixaram 19 palestinos mortos desde 10 de maio.

Israel também enfrenta uma violência intercomunitária em seu território, em cidades mistas onde vivem judeus e árabes israelenses.

O último grande confronto entre Israel e Hamas data do verão de 2014. O conflito de 51 dias devastou a Faixa de Gaza e deixou pelo menos 2.251 mortos no lado palestino, a maioria civis, e 74 nas fileiras israelenses, a maioria soldados.

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