"Nas ações de combate foram capturados oito militares profissionais dos quais em 9 de maio recebemos a prova de vida. Denunciamos perante a comunidade internacional (...) o infame sequestro desses militares", disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, que leu uma declaração em uma transmissão televisiva, confirmando a denúncia de uma ONG de direitos humanos feita na segunda-feira.
"Não pouparemos esforços e esgotaremos todas as formas possíveis de recuperá-los sãos e salvos", disse Padrino, rodeado por membros da liderança militar.
Na segunda-feira, a ONG Fundaredes, crítica do governo do presidente Nicolás Maduro, publicou nas redes sociais um documento de supostos dissidentes das Farc que fazia o relato de oito soldados "capturados como prisioneiros de guerra" em meio a combates com as Forças Armadas da Venezuela.
A Cruz Vermelha então disse à AFP que estava ciente desse texto, mas descartou comentá-lo.
Segundo Padrino, a chancelaria venezuelana "é coordenada" com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha para "servir de elo no resgate" dos fardados capturados.
"Estabelecemos os contatos que favorecem a sua libertação antecipada", disse o ministro.
Desde 21 de março, combates são travados no estado de Apure (oeste), com saldo de 16 integrantes das Forças Armadas da Venezuela mortos, segundo balanço oficial. Esses confrontos obrigaram o deslocamento de milhares de civis.
As autoridades venezuelanas evitam identificar os grupos irregulares, além de chamá-los de "terroristas", embora Maduro reconheça a possibilidade de que possam ser dissidentes das desmobilizadas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Venezuela e Colômbia, com uma fronteira comum de 2.200 km, romperam relações em janeiro de 2019, depois que o governo de Iván Duque reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como presidente da Venezuela e não Maduro, a quem chama de "ditador" e o acusa de apoiar dissidentes das Farc e combatentes do ELN em seu território.
Maduro, por sua vez, costuma envolver Duque em constantes denúncias de planos de golpe e assassinatos em seu país.