"Amanhã não haverá reunião do Conselho de Segurança", disse um porta-voz chinês à AFP, cujo país atualmente preside o órgão.
"Os Estados Unidos não estão de acordo sobre uma reunião amanhã por videoconferência", afirmou um diplomata. Segundo outra fonte diplomática, Washington gostaria que a reunião não acontecesse antes de terça-feira, o que deixaria de lado muito do seu caráter de urgência.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, declarou à imprensa que estava a favor de celebrar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU "no começo da próxima semana".
"Espero que isso dê à diplomacia algum tempo para obter resultados e ver se conseguimos uma desescalada real", disse Blinken, que na véspera enviou um emissário a Israel e aos Territórios Palestinos.
A realização dessas reuniões por videoconferência requer o consenso dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança.
Desde a segunda-feira, os Estados Unidos aceitaram duas videoconferências de emergência a portas fechadas sobre o conflito entre israelenses e palestinos, mas rechaçou duas declarações conjuntas nas quais pedia-se o cessar das hostilidades por considerá-las "contraproducentes" nesta fase, segundo os diplomatas.
Os americanos apoiam o posicionamento de seu aliado israelense, que recusa o envolvimento da ONU.
Em sucessivas declarações desde o início da crise, os Estados Unidos reafirmaram o direito de Israel de se defender dos ataques de foguetes do movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, mas também pediram uma redução da escalada de resposta.
Washington também solicitou ao seu aliado israelense que faça "tudo o possível para evitar vítimas civis".
Na Faixa de Gaza, desde segunda-feira a nova explosão de violência já tirou a vida de 83 palestinos, incluindo 17 crianças. Em Israel, por sua vez, ceifou a vida de sete pessoas, incluindo uma criança e um soldado.
O país hebreu posicionou nesta quinta-feira tanques e veículos blindados ao longo da fronteira com o enclave palestino. O conflito entre Israel e o Hamas foi acompanhado por um aumento da violência entre judeus e árabes em algumas cidades israelenses.