"Tive uma troca com Bibi Netanyahu. Tenho esperança de que a situação se resolva o quanto antes, mas Israel tem o direito de se defender quando milhares de projéteis são lançados contra o seu território", disse Biden na Casa Branca.
Hady Amr, funcionário do Departamento de Estado a cargo dos assuntos israelenses e palestinos, viajará imediatamente àquela região para buscar vias de entendimento entre os líderes de ambas as partes e "uma desescalada da violência", anunciou o chefe da diplomacia americana, Anthony Blinken.
"Ele pedirá, em meu nome e em nome do presidente, uma redução da violência", continuou.
Amr deixará Washington ainda hoje para se reunir com líderes israelenses e palestinos, segundo um funcionário do alto escalão americano.
Blinken também conversou por telefone com Netanyahu. "O secretário de Estado reiterou seu apelo a todas as partes para reduzir a tensão e pôr fim à violência", diz a nota, acrescentando que ele também "enfatizou a necessidade de israelenses e palestinos viverem com segurança" e "desfrutarem de liberdade, segurança, prosperidade e democracia igualmente".
Blinken sinalizou que existe "uma diferença muito clara e absoluta entre uma organização terrorista, o Hamas, que lança foguetes indiscriminadamente - de fato, mirando em civis - e a resposta de Israel, que se defende".
O secretário de Estado americano também afirmou que conversou por telefone com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e pediu o fim dos ataques com foguetes.
Este foi o primeiro contato de alto nível entre Estados Unidos e os palestinos desde que Biden assumiu o cargo em janeiro.
A Autoridade Palestina rompeu todo contato com a administração americana anterior de Donald Trump em 2017, quando Washington reconheceu Jerusalém como a capital de Israel.
"Conversei com o presidente Abbas sobre a situação atual em Jerusalém, Cisjordânia e Gaza", escreveu Blinken no Twitter.
"Expressei minhas condolências a ele pela perda de vidas. Enfatizei a necessidade de encerrar os ataques com foguetes e reduzir as tensões."
Abas, por sua vez, enfatizou "a importância de parar os ataques israelenses contra o povo palestino e pôr fim aos ataques dos colonos e às medidas agressivas de Israel", concluiu Blinken.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, telefonou para o colega israelense, Benny Gantz, e expressou seu apoio ao "direito legítimo de Israel de defender a si mesmo e a seu povo", enquanto instava a tomar medidas para restaurar a calma, disse o Pentágono.
- 'Carga adicional' -
Anthony Blinken voltou a condenar os ataques do Hamas contra Israel "com a maior firmeza", mas também considerou "qualquer morte de civis uma tragédia". "Acho que Israel carrega um fardo extra ao tentar fazer todo o possível para evitar vítimas civis, ao mesmo tempo em que responde corretamente em defesa do seu povo", avaliou o secretário de Estado, que classificou as imagens da morte de civis palestinos, entre eles crianças, de "angustiantes". "Os palestinos têm direito à segurança."
Diante das críticas à atuação do governo Biden, acusado de não responder ao conflito à altura, Blinken afirmou que seu país está "plenamente envolvido com todas as partes, incluindo os palestinos", embora não tenha especificado a natureza desses contatos.
Um funcionário do alto escalão americano confirmou que os Estados Unidos multiplicam os contatos com outros países daquela região, principalmente Jordânia e Egito. "O Cairo tem os mesmos interesses que nós em favor de uma desescalada", disse a fonte, que não quis ser identificada.