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Estado de Minas RELATÓRIO

COVID-19: pandemia poderia ter sido evitada, dizem especialistas

Especialistas independentes de um painel estabelecido pela Organização Mundial da Saúde apresentaram um relatório sobre a COVID-19 no mundo


12/05/2021 08:32 - atualizado 12/05/2021 09:05

(foto: AFP / Sajjad HUSSAIN)
(foto: AFP / Sajjad HUSSAIN)
A pandemia de COVID-19, que matou mais de 3,3 milhões de pessoas e devastou a economia mundial, "poderia ter sido evitada", afirmam especialistas independentes de um painel estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em um relatório publicado nesta quarta-feira (12/5), eles denunciam o verdadeiro "Chernobyl do século XXI" e pedem de maneira urgente amplas reformas dos sistemas de alerta e prevenção.

"A situação em que nos encontramos hoje poderia ter sido evitada", afirmou uma da copresidentes do painel, Ellen Johnson Sirleaf, ex-presidente da Libéria.

Apesar de severo, o relatório não aponta nenhum culpado. O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou a China e a OMS, que ele considerava uma instituição que se submeteu a Pequim, as únicas responsáveis pelo desastre sanitário e econômico no planeta.

Pelo contrário, "a situação se deve a uma miríade de fracassos, lacunas e atrasos na preparação e resposta à pandemia", destacou Sirleaf, em uma entrevista coletiva.

"É evidente que a combinação de más decisões estratégicas, de falta de vontade para abordar as desigualdades e de um sistema mal coordenado criou um coquetel tóxico que permitiu à pandemia virar uma crise humana catastrófica", destaca o texto.

'Atrasos em todos os lugares'

Estabelecido pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em aplicação a uma resolução aprovada em maio de 2020 pelos Estados-membros da organização, o grupo independente, formado por 13 especialistas, passou os últimos oito meses examinando a propagação da pandemia e as medidas adotadas pelo organismo e os países para enfrentar a doença.

Desde o início, a OMS foi criticada por suas respostas à crise, principalmente pela demora a recomendar o uso de máscara. A organização foi acusada pelos Estados Unidos de ter sido extremamente complacente com a China, onde surgiu o novo coronavírus, e por ter demorado a declarar estado de emergência de saúde mundial. O governo chinês, por sua parte, foi acusado de tentar camuflar a epidemia.

"Com certeza podemos dizer que aconteceram atrasos na China, mas aconteceram atrasos em todos os lugares", disse a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark, que é copresidente do painel de especialistas.

"Passou muito tempo", destaca o grupo, entre a notificação de um foco epidêmico de pneumonia de origem desconhecida na segunda quinzena de dezembro de 2019 e a declaração, em 30 de janeiro pela OMS, de uma emergência de saúde pública de alcance internacional, o mais elevado nível de alerta.

De acordo com os especialistas, esta declaração poderia ter sido feita desde a primeira reunião do Comitê de Emergência da OMS em 22 de janeiro.

Porém, mesmo que a OMS tivesse declarado emergência sanitária uma semana antes, as coisas não teriam mudado muito diante da "inação de tantos países", reconheceu Clark.

Porque apenas em 11 de março, quando o diretor-geral da OMS classificou a situação como pandemia, os governos compreenderam realmente o perigo.
(foto: AFP / Asif HASSAN)
(foto: AFP / Asif HASSAN)

Fevereiro de 2020, um 'mês perdido'

Neste sentido, fevereiro de 2020 foi um "mês perdido", durante o qual muitos países poderiam ter adotado medidas para deter a propagação do vírus.

"Atrasos, hesitações e negacionismo" permitiram a explosão da epidemia e depois pandemia, concluiu o relatório.

O grupo de especialistas recomenda aos governos e à comunidade internacional adoção, sem demora, de um conjunto de reformas para transformar o sistema mundial de preparação, alerta e resposta às pandemias.

Para isto, o relatório propõe várias medidas, incluindo a criação de um Conselho Mundial de Luta contra as Ameaças Sanitárias, assim como um novo sistema mundial de vigilância baseado na "transparência total".

Este sistema daria à OMS o poder de publicar de maneira imediata informações sobre epidemias que podem virar pandemias, sem a necessidade de solicitar a aprovação dos países.

O relatório também faz uma série de recomendações de aplicação imediata para acabar com a propagação da COVID, com pedidos em particular aos países ricos para que distribuam mais de dois bilhões de doses até meados de 2022, com pelo menos um bilhão antes de setembro.

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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