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Estado de Minas CARACAS

Eleições em troca da suspensão das sanções: Guaidó propõe negociação com Maduro


11/05/2021 17:49

O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó propôs nesta terça-feira (11) a retomada das negociações com o governo de Nicolás Maduro para solicitar um calendário eleitoral, que inclui presidenciais, em troca do "levantamento progressivo" de sanções internacionais.

Guaidó - reconhecido como presidente interino da Venezuela por 58 países - não tinha a opção de retomar as negociações com o líder socialista desde que uma rodada de negociações foi paralisada em 2019, com o apoio da Noruega.

"A Venezuela precisa de um acordo de salvação nacional", disse Guaidó em um vídeo transmitido em suas redes sociais. "Um acordo que deve ser alcançado entre as forças democráticas (...), os atores que constituem e apoiam o regime e a comunidade internacional".

"O compromisso da comunidade internacional para conseguir esta recuperação" é "oferecer incentivos ao regime, incluindo o levantamento progressivo das sanções condicionado, é claro, ao cumprimento destes objetivos fundamentais do acordo", acrescentou.

Guaidó pediu em sua mensagem um "acordo que inclua (...) a convocação de um calendário de eleições livres e justas: presidencial, parlamentar, regional e municipal com observação e apoio internacional".

Também a "entrada maciça de ajuda humanitária e vacinas contra a covid", que atinge o país com uma segunda onda virulenta que tem sobrecarregado hospitais; e "a libertação de todos os presos políticos".

A proposta, que segue outras tentativas fracassadas de negociações, ocorre logo após o novo Parlamento com uma grande maioria pró-governo no poder ter nomeado as novas autoridades eleitorais.

É um Conselho Nacional Eleitoral (CNE) "que não reconhecemos", disse Guaidó, recusando-se a participar nas eleições municipais e regionais marcadas para este ano, ainda não convocadas.

"Conspirar com a ditadura, para se legitimarem mutuamente como tirania e oposição leal a essa tirania, não leva à liberdade, mas sim a uma submissão e normalização da pior tragédia que já ocorreu em nosso país", disse.

- "Instrumento de pressão" -

Em agosto de 2019, Maduro encerrou os diálogos mediados pela Noruega, em resposta às duras sanções econômicas dos Estados Unidos, principal apoio internacional de Guaidó, a quem também entregou o controle dos fundos congelados.

Após o fracasso dessas negociações, o líder chavista iniciou diálogos com outros setores da oposição, além de Guaidó, que descreveu como "zombaria" os constantes apelos de Maduro ao diálogo, que tem o apoio das Forças Armadas e aliados internacionais como Rússia e China.

Nessas conversas, foi negociada a inclusão de dois opositores na liderança da CNE, presidida por um ex-ministro de Maduro, Pedro Calzadilla.

"É natural que Guaidó tente colocar o debate político de volta em sua quadra, já que a escolha da nova CNE ocorreu nas negociações entre o governo e outra parte da oposição", liderada pelo bi-candidato presidencial Henrique Capriles, disse à AFP o analista político Luis Vicente León.

"Embala, sem dúvida, em um novo pedido de negociação global (...) e relaciona-o com sanções porque é o único instrumento de pressão que a oposição parece ter hoje, embora não a controle diretamente", acrescentou o especialista.


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