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Estado de Minas KATMANDU

Aumento recorde de casos de coronavírus preocupa o Nepal


08/05/2021 10:43

As autoridades e o setor de saúde do Nepal lutam para conter o aumento repentino de casos de covid-19, favorecido pelo terrível surto epidêmico na vizinha Índia.

Em três semanas, as infecções aceleraram acentuadamente, com dois em cada cinco testes positivos. Na quinta-feira, o país de cerca de 30 milhões de habitantes registrou um recorde de casos diários: 8.970.

Das mais de 3.500 mortes registradas desde o início da pandemia, 400 ocorreram nas últimas duas semanas, segundo dados oficiais.

"Os serviços de saúde estão sobrecarregados (...) a situação pode piorar nos próximos dias", declarou à AFP Hemanta Chandra Ojha, da Divisão de Epidemiologia e Controle de Doenças. "Temos oxigênio, mas faltam ventiladores e leitos em unidades de terapia intensiva para tratar os casos graves".

A fronteira de 1.850 km entre a Índia e o Nepal está aberta e as pessoas a cruzam para trabalhar ou visitar parentes.

No hospital Bheri em Nepalgunj, cidade na fronteira com o estado indiano de Uttar Pradesh, os profissionais da saúde trabalham incansavelmente. Os pacientes não param de chegar.

"O hospital está sobrecarregado, estamos tratando pacientes em todos os cantos do prédio", explica Badri Chapagain, médico do estabelecimento.

Os parentes dos doentes lutam para encontrar remédios e leitos de UTI.

"Não consigo explicar como foi difícil. Encontramos um leito e agora estamos procurando remdesivir (um antiviral). Estamos exaustos", conta Tanka Nath Pandey, que passou dois dias procurando um leito para seu cunhado em Katmandu.

A demanda por leitos de terapia intensiva e por cilindros de oxigênio aumenta a cada dia e é cada vez mais difícil encontrá-los, garante Surya Raj Pandey, cofundadora de um grupo de voluntários, Covid Connect Nepal, criado para ajudar os enfermos.

O Nepal suspendeu essa semana a maioria de suas conexões aéreas e impôs confinamentos ou restrições a 80% de seus distritos numa tentativa de conter a onda de infecções.

A pandemia atingiu fortemente o setor de turismo do país em 2020 e, este ano, o vírus causa estragos até mesmo no Everest, onde a temporada de alpinismo - que se anunciava promissora com um recorde de mais de 400 licenças de subida - está ameaçada.

O primeiro-ministro Khadga Prasad Sharma Oli, criticado pela gestão da crise, pediu esta semana à comunidade internacional ajuda na obtenção de vacinas e equipamentos médicos.

A campanha de vacinação começou em janeiro, mas o país recebeu apenas metade das doses encomendadas da Índia. Atualmente, apenas 2,4 milhões de doses foram administradas e poucas pessoas receberam as duas necessárias.

No início de abril, apesar do aumento das infecções na Índia, festivais religiosos, comícios políticos e casamentos continuaram a ser organizados no Nepal.

Muitos nepaleses também viajaram para a grande peregrinação hindu de Kumbh Mela na Índia, que teve um influxo de 25 milhões de pessoas de janeiro a abril.

Entre os peregrinos estavam o ex-rei do Nepal, derrubado em 2008 com a abolição da monarquia, Gyanendra Bir Bikram Shah, e sua esposa. Ambos testaram positivo e foram hospitalizados.

Na semana passada, o Nepal proibiu o trânsito por Katmandu dos indianos, que se aglomeraram para fazer voos após restrições impostas em seu país.

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