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Estado de Minas PORTO

UE e Índia relançam diálogo para acordo comercial 'ambicioso'


08/05/2021 12:19 - atualizado 08/05/2021 12:25

A União Europeia e a Índia relançaram, neste sábado (8), as negociações de um acordo de livre comércio "equilibrado, ambicioso, amplo e mutuamente benéfico", num momento em que o gigante asiático enfrenta o devastador impacto da pandemia de coronavírus.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, devia juntar-se aos líderes dos 27 reunidos numa cúpula informal em Portugal, mas foi forçado a cancelar a sua viagem devido à situação da epidemia, que já matou mais de 230.000 em seu país de 1,3 bilhão de habitantes.

A reunião foi por videoconferência e concluída com a adoção de uma declaração conjunta e o anúncio da retomada das negociações comerciais.

A declaração observa, porém, que para "criar o dinamismo positivo necessário para essas negociações", as partes consideram "imperativo encontrar soluções para os persistentes problemas de acesso aos mercados".

As partes também concordaram em iniciar negociações para um acordo separado de proteção de investimentos.

"Também concordamos em retomar o diálogo sobre direitos humanos após oito anos (...) Esta questão está no cerne do compromisso da UE com a Índia", declarou o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel.

A cúpula também discutiu a pandemia do coronavírus e a situação na Índia.

"Estamos firmes com a Índia neste momento. Asseguramos ao primeiro-ministro nossa solidariedade e nosso apoio em tudo o que precisar", garantiu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Essa reunião foi realizada em um momento em que uma parte importante da comunidade internacional debate uma proposta apoiada pelo governo dos Estados Unidos sobre o levantamento temporário das patentes de vacinas anticovid.

Por enquanto, os líderes europeus mantêm uma posição unificada pedindo aos Estados Unidos o fim do bloqueio às exportações de vacinas e suprimentos.

Neste contexto, Von der Leyen considerou que o levantamento das patentes "não resolve os problemas e não vai produzir uma única dose da vacina a curto e médio prazo".

- Novo capítulo -

Europeus e indianos haviam iniciado uma delicada negociação para um possível acordo comercial em 2007, mas as discussões foram abandonadas em 2013 devido a diferenças intransponíveis.

Por isso, ao anunciar a retomada dessas negociações neste sábado, Michel destacou que se trata de um "novo capítulo" nas relações entre Bruxelas e Nova Délhi.

Por isso, para o anfitrião Antonio Costa, primeiro-ministro de Portugal, a cúpula do Porto "foi um sucesso".

"Estamos realizando uma cúpula entre os líderes dos 27 países da UE e o primeiro-ministro indiano, e é muito importante em um momento em que a Índia atravessa uma situação dramática", disse ele, referindo-se à crise de saúde.

O relançamento das negociações comerciais com a Índia coincide com a estagnação de um acordo de proteção ao investimento que a UE negociou durante vários anos com a China.

O congelamento deste acordo é o resultado do agravamento das tensões políticas entre Bruxelas e Pequim, como resultado da situação em Hong Kong e do tratamento dado aos uigures.

Após a suspensão das negociações em 2013, chegar a um acordo com a Índia "não será fácil nem rápido", indicou um funcionário da UE na sexta-feira.

"A Índia é um país muito protecionista e embora seja uma grande democracia, as questões de direitos humanos são muito delicadas e os indianos se retiram facilmente", explicou.


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