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Estado de Minas MADRI

Eleições regionais em Madri com o governo central na defensiva


02/05/2021 11:15

Madri comparece às urnas na terça-feira para renovar o Parlamento regional e sua líder, mas toda a Espanha vai acompanhar as eleições de implicações nacionais, quando os socialistas do primeiro-ministro Pedro Sánchez podem sofrer um duro revés.

Em país que enfrenta a polarização política, a campanha virou uma disputa entre blocos: a direita com frases como "comunismo ou liberdade", e a esquerda com a resposta "fascismo ou democracia".

A campanha também foi marcada por ofensas, incluindo cartas ameaçadoras, com balas de armas, duas delas enviadas a candidatos.

Desta maneira, a eleição não teve um debate sério sobre a gestão da pandemia ou as políticas da direita, que governa a região há 25 anos e que segundo as pesquisas conquistará a vitória, mas provavelmente com a necessidade do apoio da extrema-direita para continuar no poder.

A presidente regional de Madri, Isabel Díaz Ayuso, estrela em ascensão do Partido Popular (PP), 42 anos, surpreendeu quando convocou em março as eleições antecipadas, após o fim de sua coalizão de governo com o partido de centro-direita 'Ciudadanos'.

Desde então, Díaz Ayuso, que governa a região mais rica do país há dois anos, liderou uma campanha com o lema "Liberdade".

E partiu para o ataque contra Pedro Sánchez, que apresenta como seu verdadeiro rival.

Por sua vez, o primeiro-ministro entrou de cabeça na campanha e pode pagar caro em caso de fiasco eleitoral dos socialistas.

Ao ressaltar a importância das eleições em Madri, Pablo Iglesias, líder do partido de esquerda radical Podemos, sócio minoritário dos socialistas no governo central, abandonou uma vice-presidência no Executivo e entrou na disputa na capital do país.

De acordo com as pesquisas, Díaz Ayuso deve conseguir que o PP dobre os resultados de 2019, passando de 22% a quase 40% dos votos, enquanto o Partido Socialista, o mais votado há dois anos, cairia de 29% para 20%.

Madri é a região com mais vítimas fatais pela pandemia na Espanha, 19% do total de 78.000 mortes, e tem 45% dos leitos de UTI ocupados com pacientes covid-19, o maior índice do país, o que levou a oposição a criticar a gestão de Díaz Ayuso.

Mas ela acusa o governo de Pedro Sánchez por divergências na luta contra a pandemia e alega que ele deixou as regiões, competentes na área da saúde, abandonadas à própria sorte.

Díaz Ayuso enfrentou o governo a respeito das medidas que deveriam ser adotadas e fez de Madri a região mais permissiva do país, onde não foram fechados desde o verão do ano passado bares, restaurantes ou cinemas, uma situação quase única na Europa.

Ela se apresenta como a defensora de um modo de vida "madrileno", onde as pessoas podem sair para tomar uma cerveja depois do trabalho, e alega que agiu dessa maneira para evitar um impacto econômico maior.

Embora as pesquisas apontem sua vitória, mas sem a maioria absoluta, o fato de que provavelmente precisará do apoio do partido de extrema-direita Vox, que já respalda o PP na prefeitura de Madri, levou a esquerda a advertir para o "risco" do cenário.

"Não se trata de Madri, trata-se de nossa democracia", afirmou Pedro Sánchez em um comício.

Uma derrota da esquerda não deve afetar estabilidade da coalizão de governo central, apontam analistas, porque Pedro Sánchez não terá nenhum interesse em antecipar as eleições gerais, previstas para 2023.


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