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Estado de Minas CABUL

Quase duas décadas de intervenção dos Estados Unidos no Afeganistão


01/05/2021 09:28

O governo dos Estados Unidos, que inicia neste sábado a retirada completa do Afeganistão, começou a intervenção militar em outubro de 2001, quase um mês depois dos ataques terroristas de 11 de setembro e depois da recusa dos talibãs de entregar o fundador da Al-Qaeda, Osama bin Laden.

- "Liberdade duradoura" -

O presidente George W. Bush lançou a operação "Liberdade Duradoura" em 7 de outubro de 2001, após os ataques de 11 de setembro que mataram quase 3.000 pessoas em território americano.

O então regime islamita talibã no poder em Cabul dava refúgio ao iemenita Osama bin Laden e à sua rede Al-Qaeda, responsáveis pelos ataques.

Washington exigia dos talibãs a entrega de Bin Laden, o que o movimento islamita negou.

Em poucas semanas, a coalizão internacional liderada por Bush derrota e retira do poder os talibãs.

- Guerra esquecida -

A atenção americana muda do Afeganistão para a próxima aventura militar, a invasão do Iraque em 2003 para derrubar o ditador Saddam Hussein, acusado de ter armas de destruição em massa.

Os talibãs e outras facções islamistas se reagrupam no sul e leste do Afeganistão, de onde conseguem viajar para zonas tribais do Paquistão, e começam um movimento de insurgência.

O comando militar americano pede reforços em 2008. O presidente Bush aprova o envio de 48.500 soldados adicionais

- Pico de 100.000 tropas -

Em 2009, Barack Obama - eleito presidente com a promessa de acabar com as guerras no Iraque e Afeganistão - aumenta a mobilização de tropas.

O objetivo é sufocar a insurgência talibã e fortalecer as instituições afegãs.

Em 2010 mais de 150.000 soldados estrangeiros estão em território afegão, incluindo 100.000 americanos.

Em meados de 2011, mais de 150.000 soldados estrangeiros estavam no território afegão, incluindo 100.000 americanos.

Bin Laden morre em 2 de maio de 2011 em uma operação das forças especiais americanas no Paquistão.

- Fim das operações de combate -

A Otan anuncia em 31 de dezembro de 2014 o fim de sua missão de combate no Afeganistão.

Mas de acordo com pactos assinados meses antes, 12.500 soldados estrangeiros - 9.800 americanos - permanecem no Afeganistão para treinar as tropas afegãs e efetuar operações antiterroristas pontuais.

A segurança no Afeganistão volta a piorar com a nova expansão da insurgência talibã e o surgimento do grupo extremista Estado Islâmico (EI), no início de 2015.

- Reforços americanos -

O novo presidente americano, Donald Trump, cancela em agosto de 2017 o calendário de retirada de tropas e volta a enviar milhares de soldados.

Em meados de novembro, quase 3.000 soldados chegam apara reforçar o contingente de 11.000 militares já presentes.

Os ataques contra as forças afegãs aumentam e as tropas americanas respondem com a intensificação dos ataques aéreos.

- Negociações -

Washington e os talibãs iniciam discretamente em meados de 2018 negociações em Doha com o objetivo de reduzir a a presença militar americana no Afeganistão.

O governo americano exige que os talibãs impeçam o Afeganistão de virar uma base para grupos extremistas como a Al-Qaeda.

As discussões são interrompidas em várias ocasiões devido aos ataques contra as tropas americanas.

- Acordo histórico -

Os talibãs e o governo dos Estados Unidos assinam em 29 de fevereiro de 2020 um acordo histórico em Doha. O pacto prevê uma retirada completa das tropas estrangeiras até maio de 2021 e os talibãs se comprometem a negociar com o governo afegão e a reduzir os atos violentos.

Em 12 de setembro começam as primeiras negociações de paz diretas entre os insurgentes e Cabul, mas a violência prossegue e os atentados aumentam contra jornalistas, juízes, médicos e integrantes da sociedade civil.

- Retirada das tropas -

Em 14 de abril, o novo presidente americano, Joe Biden, decide que a retirada dos 2.500 soldados presentes no Afeganistão será concluída de maneira completa e "sem condições" até 11 de setembro, aniversário de 20 anos dos atentados.

Em 29 de abril, a Otan inicia a retirada "coordenada" dos contingentes militares, que afetam 9.600 soldados de 36 países.


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