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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Leilão da Cedae arrecada cerca de R$ 22,7 bi, uma vitória para Bolsonaro


30/04/2021 20:55 - atualizado 30/04/2021 21:01

O leilão da Cedae, concessionária de água e esgoto do estado do Rio, arrecadou nesta sexta-feira (30) cerca de 22,7 bilhões de reais (4,1 bilhão de dólares, aproximadamente), mais que o dobro do esperado.

O resultado representa uma vitória importante para o presidente Jair Bolsonaro, presente na licitação, celebrada após um cabo de guerra político e judicial que durou até a quinta-feira.

Este "é um momento que marca a nossa história, a mossa economia", disse Bolsonaro após o fim da operação na Bolsa de São Paulo. "Este é um governo voltado para a economia de mercado, voltado para a confiança dos investidores", acrescentou.

O leilão, celebrado na bolsa de São Paulo, foi dividido em quatro blocos, lançados ao preço mínimo total de 10,6 bilhões de reais (1,9 bilhão de dólares), com previsão de investimentos de R$ 30 bilhões (5,5 bilhões de dólares) durante os 35 anos de operações da concessão.

Apenas três blocos foram objeto de disputa e o quarto (de menor valor) ficou sem comprador. Mesmo assim, o montante obtido dobrou as expectativas.

As obras devem assegurar os serviços abastecimento de água potável e esgoto sanitário a quase 12 milhões de pessoas de 35 municípios do Rio, o segundo estado mais rico do país.

O Bando Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) prevê financiar até 55% dos investimentos nestes projetos faraônicos, que poderiam gerar 45.000 postos de trabalho diretos e indiretos.

Os vencedores do leilão deverão realizar obras de despoluição da Baía de Guanabara e infraestruturas em áreas de favela, algumas dominadas por quadrilhas de narcotraficantes ou milícias.

Quem atualmente fornece estes serviços é a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), criticada pela má qualidade da água que com frequência sai turva, com mau cheiro e gosto de terra.

A ideia de deixar em mãos privadas a gestão da água encontra resistências entre sindicatos e aqueles que temem que a privatização acarrete um aumento das tarifas. Dezenas de manifestantes protestaram contra o leilão às portas da Bolsa.

- Suspense até o fim -

Participaram do leilão apenas grupos brasileiros e o grande vencedor foi o Aegea, um dos líderes do setor, que obteve dois blocos que abrangem vários setores da cidade do Rio, a capital do estado.

O terceiro foi obtido pelo grupo Iguá, que tem 45% de seu capital nas mãos do fundo de pensão canadense Pension Plan Investment Board.

O leilão mostra "a confiança no Brasil", comemorou o ministro da Economia, Paulo Guedes, cujo plano de privatizações e concessões para reduzir a dívida e o déficit público estava bloqueado pela pandemia do coronavírus.

"O Brasil vai retomar a crescimento, vamos atravessar as duas ondas" de crise sanitária e econômica, acrescentou, em um momento em que a pandemia está fora de controle e acumula mais de 400 mil mortos no país.

O leilão terá "um impacto muito positivo para a infraestrutura no setor do saneamento básico (...) e um peso fundamental no processo de estabilização fiscal do país", disse à AFP o analista Alex Agostini, da consultoria Austin Rating.

O suspense acompanhou a transação até o último momento, porque na quinta-feira a Assembleia Legislativa do Rio decidiu suspendê-la por considerar que não podia ser realizada até que o estado, endividado, terminasse de negociar com o governo federal um novo regime de recuperação fiscal.

Mas poucas horas depois, o governador Cláudio Castro, aliado de Bolsonaro, emitiu um decreto para reverter a suspensão, alegando que o assunto cabia aos vereadores dos municípios e não ao Legislativo estadual.


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