Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, Nourizad, que escreveu e dirigiu vários filmes, cumpre desde agosto de 2019 uma pena de mais de 17 anos de prisão por insultos ao guia supremo, o aiatollah Alí Khamenéi.
Sua saúde piorou desde que foi internado na prisão de Evin, em Teerã, porque lhe negam o "acesso a uma atenção médica especializada adequada para sua doença cardíaca e sua diabetes", disse a Anistia Internacional, destacando que os médicos solicitaram em vão que fosse hospitalizado.
"As autoridades iranianas brincam cruelmente com a vida de" Nourizad, disse a organização.
A AI informou sobre uma carta de Nourizad de abril passado na qual afirma que lhe injetaram uma substância desconhecida "oito vezes em [seu] pênis".
"Imediatamente, escrevi uma carta ao chefe da prisão pedindo que me enviassem urgentemente à Organização de Medicina legal para que me examinassem e determinassem a substância que me injetaram oito vezes. Não tive notícias desde então", diz o cineasta na carta.
A Anistia Internacional se declarou horrorizada com essas "torturas e outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, incluindo estupros e a aplicação forçada de substâncias químicas".
A organização afirma que, como as autoridades não lhe escutam, o cineasta está recorrendo à automutilação para que lhe dêem atenção.
PARIS