"Precisamos de uma redução de casos mais acentuada e sustentada. Pelos contágios que já tivemos e pelos que temos atualmente, as próximas semanas podem ser muito difíceis na ocupação de leitos de terapia intensiva", disse Fernández em um discurso, no momento em que a Argentina registra números recordes de infecções e mortes.
Em meio à polêmica com o prefeito de Buenos Aires, o opositor Horacio Rodríguez Larreta, que resistiu a suspender as aulas presenciais na capital, o presidente anunciou também o envio ao Congresso de um projeto de lei que amplia suas prerrogativas e as dos governadores para reforçar as medidas de emergência sanitária.
"As medidas contra a pandemia são estritamente para salvar vidas. As normas que estabelecemos devem ser cumpridas por todos, de modo igual", destacou o presidente.
A Argentina totaliza quase três milhões de casos e mais de 63.000 mortes por covid-19.
Há duas semanas, Fernández ordenou o fechamento das escolas em Buenos Aires e sua periferia, a zona do país com ritmo de contágio mais acelerado. Mas Rodríguez Larreta, contrário à medida, recorreu à Corte Suprema de Justiça, e o tribunal ainda deve tomar uma decisão.
Mais de 5.300 pacientes com covid-19 estão internados em UTIs, o que representa uma ocupação de 68,4% a nível nacional e de 76,6% na área metropolitana de Buenos Aires.
Com um plano de vacinação que enfrenta vários obstáculos, até 21 de maio será proibido circular em Buenos Aires e sua região entre 20h00 e 6h00. Os estabelecimentos comerciais funcionarão até 19h00 e as aulas acontecerão "exclusivamente à distância". Esta é a região mais populosa do país, com 15 milhões do total de 45 milhões de habitantes.
"Em mais de 20 províncias há aulas presenciais. Para nós, a educação é um prioritário. Aulas à distância acontecem apenas onde a pandemia exige", afirmou o presidente.
Até o momento a Argentina recebeu 10 milhões de doses de vacinas de diferentes laboratórios e 7,86 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose. O país ainda precisa completar a imunização de todos os grupos de risco, em particular pessoas com mais de 60 anos e pessoas com comorbidades.
O presidente também anunciou o aumento da ajuda econômica.
A Argentina, em recessão desde 2018, sofreu uma contração do Produto Interno Bruto de 9,9% ano passado. A pobreza alcança 42% da população e o índice de desemprego é de 11%.
BUENOS AIRES