Jornal Estado de Minas

PEQUIM

China pede que EUA não imponha seus ideais democráticos a outros países

A China alertou nesta quinta-feira (29) os Estados Unidos contra o risco de querer impor seus ideais democráticos a outros países, e criticou as sanções comerciais e as manobras militares na área de influência de Pequim, horas depois do discurso do presidente Joe Biden sobre as prioridades geopolíticas americanas.



As declarações aconteceram após o primeiro discurso de Biden no Congresso, no qual o líder americano enfatizou mais uma vez a diplomacia e disse que seu país compete com a China e outros para ganhar o século XXI.

Biden afirmou que "os autocratas pensam que as democracias não podem competir", e destacou que os Estados Unidos dão as boas-vindas à concorrência e não buscam o conflito.

Questionado sobre o discurso, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, disse que era normal que Estados Unidos e China competissem em algumas áreas.

"Mas este tipo de concorrência deve ser uma corrida de atletismo, não um duelo até a morte", reiterou.

Wang também alertou que "obrigar outros países a aceitarem o próprio sistema democrático (...) só criará divisões, intensificará a tensão e prejudicará a estabilidade".

Em seu discurso, Biden também disse que os Estados Unidos enfrentariam o que consideram práticas comerciais injustas da China, como os subsídios às empresas estatais e o roubo de propriedade intelectual.

Um dia depois, a China criticou os Estados Unidos por "violarem o princípio de mercado da concorrência justa" e "politizarem" questões como a economia, o comércio e a tecnologia, referindo-se à guerra comercial entre ambos os países nos últimos anos.

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