O envio das cartas acontece em meio à campanha para as eleições regionais de 4 de maio em Madri, em que Isabel espera conseguir apoio suficiente para voltar a governar a região mais rica do país. A carta endereçada a ela continha dois projéteis, segundo o comunicado do governo.
O correio detectou em Vallecas, bairro localizado no sul da capital, "outra carta, contendo quatro projéteis, que tinha como destinatário a Direção Geral da Guarda Civil", indica o texto. A polícia investiga os fatos.
"Nem tolerantes, nem cúmplices da violência e da propagação do ódio. Nós, democratas, não iremos concordar com isso. Nossa condenação sem paliativos e a maior repulsa a esses atos", tuitou o socialista Pedro Sánchez, chefe de governo espanhol.
No fim da semana passada, o líder da esquerda radical (Podemos), Pablo Iglesias, o ministro do Interior e o chefe da Guarda Civil receberam cartas com ameaças de morte, que continham balas de um fuzil usado pelo Exército espanhol entre os anos 1960 e 1980. "Sua mulher, seus pais e você estão condenados à pena de morte, seu tempo está se esgotando", dizia a carta dirigida a Iglesias, que deixou o governo da Espanha, onde ocupava uma das vice-presidências, para disputar as eleições de Madri.
Em um contexto de forte polarização política na Espanha, as ameaças de morte viraram a campanha de pernas para o ar, com implicações nacionais. Na última sexta-feira, Iglesias, que denunciou "a impunidade e o encobrimento midiático da extrema direita", deixou um debate no rádio quando o candidato do partido de extrema direita Vox, Rocío Monasterio, questionou a veracidade das ameaças.
Os socialistas fizeram nesta terça-feira um chamado por um "cordão sanitário" em torno do Vox, para impedir que o mesmo chegue ao governo de Madri, no momento em que, segundo pesquisas, Isabel Díaz Ayuso poderia precisar do apoio da ultradireita para voltar a governar.
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