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Estado de Minas YANGON

Advogados de Aung San Suu Kyi continuam sem autorização para vê-la


26/04/2021 22:41

A ex-líder birmanesa Aung San Suu Kyi, mantida incomunicável por quase três meses, acusada de vários crimes pela junta militar, ainda não conseguiu se reunir com sua equipe de advogados.

Aung San Suu Kyi, 75, apareceu nesta segunda-feira por videoconferência em um tribunal na capital Nepiedó.

Ela pediu para se encontrar com a equipe responsável por sua defesa, mas a polícia não concordou até agora, dizendo que estão trabalhando em seu caso "passo a passo", e a audiência foi adiada para 10 de maio, segundo o advogado Min Min Soe.

A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 1991, visivelmente mais magra, mas aparentemente com boa saúde, está muito chateada com a lentidão do processo, acrescentou Min Min Soe.

Presa em 1º de fevereiro durante o golpe, Aung San Suu Kyi não foi mais vista em público desde então e está em prisão domiciliar na capital.

Ela é acusada de seis crimes, incluindo violação de uma lei de segredos de Estado, datada do período colonial. Também é acusada de ter arrecadado mais de um milhão de dólares e 11 kg de ouro em propina, mas até o momento não foi processada por "corrupção".

Se considerada culpada, a ex-líder poderá ser excluída da política e condenada a anos de prisão.

Aung San Suu Kyi "não tem acesso à informação ou televisão. Não acho que ela conheça a situação atual do país", lamentou Min Min Soe.

As manifestações diárias exigindo sua liberdade e a restauração da democracia continuam a ser reprimidas com violência pelas forças de segurança.

Mais de 750 pessoas morreram e cerca de 3.500 foram detidas, de acordo com a Associação para Ajuda a Presos Políticos (AAPP).

Nesta segunda-feira, pequenos grupos de manifestantes saíram às ruas de todo o país novamente, agitando faixas com os dizeres "Libertem nossos líderes" e bandeiras vermelhas adornadas com um pavão dourado, o símbolo do partido de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (NLD).

De acordo com a televisão pública, um membro das forças de segurança foi morto no estado de Chin quando seu comboio foi atacado por pessoas armadas.

- Obama dá um passo à frente -

O chefe da junta militar, o general Min Aung Hlaing, justificou o golpe alegando fraude nas eleições legislativas de novembro, que o NLD venceu por maioria.

No fim de semana, Hlaing fez sua primeira viagem ao exterior desde o golpe, participando de uma cúpula com os líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) em Jacarta.

Segundo fontes da ONU, lá ele se encontrou com a enviada especial das Nações Unidas para a Birmânia, Christine Schraner Burgener. Esta última, que no momento não tem permissão para visitar o país, pediu uma ação contra os generais birmaneses por medo de "um banho de sangue iminente".

Os dez Estados membros da Asean apelaram para "o fim imediato da violência em Mianmar".

"O comunicado [da Asean] não inclui o que os civis estão pedindo: respeito pelos direitos humanos fundamentais, democracia e paz", criticou a AAPP.

Nesta segunda-feira à noite, a televisão nacional controlada pelo Estado chamou a AAAP de "organização ilegal" e disse que ações serão tomadas contra ela.

O ex-presidente dos EUA, Barack Obama, pediu nesta segunda-feira aos países vizinhos de Mianmar que "reconheçam que um regime assassino rejeitado pelo povo só trará mais instabilidade, uma crise humanitária e o risco de um Estado falido".

Os Estados Unidos, a UE e o Reino Unido sancionaram o conselho e as empresas afiliadas a ele. Mas a Rússia e a China, aliadas dos generais, bloquearam outros tipos de medidas, como embargo de armas.

Moscou acompanha a situação em Mianmar "com grande atenção", segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, mas acredita que o país "deve resolver seus problemas sozinho".


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