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Estado de Minas HOLLYWOOD

Com 'Nomadland', Chloé Zhao se torna a segunda diretora a ganhar um Oscar


25/04/2021 23:30

A cineasta Chloe Zhao, nascida em Pequim e cujos filmes independentes contam a vida da América profunda, se tornou neste domingo (25) a segunda mulher a ganhar um Oscar de melhor direção.

A diretora de 39 anos cativou os eleitores da Academia com seu terceiro filme, "Nomadland", um drama ficcional que beira o documentário sobre a comunidade invisível de americanos idosos que moram em casas sobre rodas e consideram a estrada seu lar.

Ela desbancou Lee Isaac Chung ("Minari"), Emerald Fennell ("Bela Vingança"), David Fincher ("Mank") e Thomas Vinterberg ("Druk - Mais uma Rodada").

Depois do prêmio de melhor direção de Kathryn Bigelow em 2010 por "Guerra ao Terror", Zhao é a segunda mulher a ganhar na direção a estatueta dourada nos 93 anos de história do Oscar.

"Isto é para qualquer um que tenha fé e a coragem de se agarrar à bondade em seu interior. E se agarrar à bondade dos demais", declarou ao receber o prêmio de melhor direção.

Nascida Zhao Ting e filha de um rico executivo de uma empresa siderúrgica chinesa, a diretora deixou seu país adolescente para estudar em um internato britânico e terminou sua formação em Los Angeles e Nova York.

Mas Zhao logo se apaixonou pelos vastos e selvagens entornos rurais de seu país adotivo, os Estados Unidos: "Nomadland" é apenas sua mais recente homenagem às paisagens espetaculares de estados pouco povoados, de "passagem", como Dakota do Sul e Nebraska.

Zhao se deparou com imagens da nação indígena Lakota por acaso, quando estava na escola de cinema de Nova York.

E sentindo-se desconectada no exterior na casa dos 20 anos, decidiu que não podia fazer uma história melhor sobre a Grande Maçã do que "as que já foram contadas" e decidiu "ir para o oeste".

Seu primeiro filme, "Songs My Brothers Taught Me", sobre uma adolescente que sonha com uma vida para além da reserva de Pine Ridge, a obrigou a passar meses imersa na remota região indígena do meio oeste americano.

O filme ganhou prêmios em festivais, mas o grande avanço de Zhao ocorreu dois anos depois com "The Rider", outro filme próximo do gênero Western rodado em Pine Ridge e ni Parque Nacional Badlands.

Nos dois filmes, Zhao escolheu pessoas alheias à atuação para interpretar versões semifictícias de si mesmas, um processo que, segundo ela, começou por necessidade como diretora desconhecida, mas que a ajudou a "construir o mundo em que estava entrando".

"The Rider" foi concebido depois que Zhao conheceu um caubói que, apesar de uma grave lesão, se negava a abandonar o rodeio. Trata-se de Brady Jandreau, que interpreta Brady Blackburn.

"Com frequência preciso da sua ajuda (...) Com frequência vou à periferia da sociedade e não conheço esses lugares o suficiente", disse Zhao recentemente.

Em "Nomadland", baseado no livro não ficcional de Jessica Bruder sobre americanos que moram em velhas caminhonetes após terem sido expulsos do sistema pela Grande Recessão, muitos personagens também interpretam a si próprios.

Mas Zhao também dirigiu sua primeira superestrela: Frances McDormand, indicada ao Oscar de melhor atriz.

Esta experiência pode ter sido útil para seu próximo filme, um 'blockbuster' de mega-orçamento dentro da série de filmes de super-heróis da Marvel.

"O salto do orçamento de 'The Rider' a 'Nomadland' se sente como o salto de 'Nomadland' a 'Os Eternos'", disse Zhao em alusão ao filme, que será protagonizado por Angelina Jolie e Salma Hayek, com estreia prevista para o fim deste ano.

A chave para o sucesso de "Os Eternos" será seu desempenho na China, país de Zhao, onde "Vingadores: Ultimato", título anterior da série da Marvel, arrecadou uma quantia impressionante de 630 milhões de dólares.

Mas a reputação de Zhao em seu país de origem é complicada, pois depois que a mídia estatal inicialmente a chamava de "o orgulho da China", os nacionalistas recuperaram antigas entrevistas em que ela parecia criticar e se distanciar do país.

Zhao não abordou a polêmica diretamente, mas disse recentemente que vão se passar "alguns anos mais" antes que ela se atreva a abordar as raízes da sua infância nas telas.

Por enquanto, ela mora na zona rural e de clima hippie de Ojai, na Califórnia, com o marido, um diretor de fotografia britânico, e dois cachorros.


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