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Estado de Minas JERUSALÉM

Jerusalém é palco de segunda noite de distúrbios


23/04/2021 18:58 - atualizado 23/04/2021 19:02

Novos distúrbios aconteceram na noite desta sexta-feira (23) em Jerusalém, onde houve um destacamento significativo das forças de segurança após os violentos incidentes do dia anterior em que judeus de extrema direita, palestinos e a polícia israelense estavam envolvidos.

Jerusalém viveu durante a noite de quinta para sexta-feira um dos episódios mais importantes de violência urbana dos últimos anos, no qual houve pelo menos 120 feridos.

O Crescente Vermelho palestino informou ao menos 105 feridos, dos quais cerca de 20 tiveram que ser hospitalizados. A polícia israelense disse que contabilizou 20 feridos entre seus agentes e que deteve 44 pessoas durante os distúrbios, que ocorrem em meio ao Ramadã, o mês muçulmano de jejum e oração.

Os últimos confrontos desta magnitude em Jerusalém aconteceram em agosto de 2019, quando duas importantes festas judaica e muçulmana coincidiram e houve embates entre policiais israelenses e palestinos.

Naquele momento, foi registrado um saldo de 60 feridos na Esplanada das Mesquitas, lugar sagrado do Islã e que os judeus também veneram como Monte do Templo, apesar de só estar autorizado o culto muçulmano em seu interior.

Os confrontos da madrugada de quinta-feira começaram quando a polícia israelense escoltou um protesto organizado pelo movimento judaico de extrema direita Lahava, conhecido pela sua ideologia anti-palestina, na entrada da Cidade Antiga de Jerusalém.

Centenas de policiais israelenses foram enviados para perto da entrada de Damasco e para os bairros próximos com o objetivo de proteger "a liberdade de expressão" e "o direito ao protesto", segundo fontes policiais israelenses.

Depois de um tranquilo dia de sexta-feira em Jerusalém, milhares de fiéis muçulmanos que deixavam a Esplanada das Mesquitas experimentaram outro momento de tensão quando encontraram dezenas de policiais israelenses armados e a cavalo.

Várias altercações eclodiram entre os fiéis muçulmanos e a polícia, com garrafas de água sendo jogadas contra as forças de segurança, que responderam com bombas de efeito moral.

Centenas de palestinos também se reuniram no posto de controle de Qalandiya entre Jerusalém e Ramallah na noite de sexta-feira, informou a polícia, afirmando que as forças de segurança "agiriam com determinação e firmeza contra qualquer tentativa de perturbar" a ordem pública.

Alguns palestinos atiraram pedras e coquetéis molotov no túmulo de Raquel, um lugar sagrado em Belém, na Cisjordânia ocupada, acrescentou a polícia.

- "Morte aos árabes" -

A manifestação, na qual segundo testemunhas houve gritos de "morte aos árabes", foi vista como uma provocação e gerou rapidamente confrontos com os palestinos que retornavam da oração noturna do Ramadã na Esplanada das Mesquitas.

Rapidamente, jovens palestinos se reuniram na entrada da Cidade Antiga, localizada no leste de Jerusalém, ocupado e posteriormente anexado por Israel, e começaram os distúrbios, que se prolongaram por uma boa parte da noite.

Os policiais tentaram dispersar os manifestantes com gás lacrimogêneo e canhões de água.

"Era como uma zona de guerra, muito perigoso. Fui rapidamente embora de lá", dise à AFP uma testemunha palestina.

Um fotógrafo da AFP presenciou esses distúrbios e diversos cidadãos publicaram vídeos nas redes sociais que mostravam vários incidentes.

Na noite de quarta-feira também houve confrontos semelhantes na cidade. Vídeos publicados nas redes sociais mostraram jovens judeus radicais gritando "morte aos árabes" e agredindo trabalhadores palestinos do centro de Jerusalém e jornalistas. Os distúrbios terminaram com a detenção de 70 israelenses e palestinos, segundo a polícia israelense.

O presidente palestino, Mahmud Abas, denunciou esses eventos e pediu nesta sexta-feira à comunidade internacional que "proteja" os palestinos de Jerusalém Oriental.

Em um discurso pronunciado na quinta-feira no Conselho de Segurança, o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, denunciou esses confrontos e pediu que a tensão seja contida.

A Jordânia condenou as "provocações realizadas pelos grupos judeus extremistas e pediu a Israel para conter "o assédio" contra os habitantes da Cidade Antiga de Jerusalém e para acabar com as restrições de acesso à mesquita Al Aqsa, disse seu ministério das Relações Exteriores.


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