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Estado de Minas MOSCOU

Opositor russo preso Navalny anuncia fim da greve de fome


23/04/2021 18:06 - atualizado 23/04/2021 18:15

O opositor russo preso Alexei Navalny anunciou nesta sexta-feira (23) o fim de sua greve de fome iniciada há 24 dias para denunciar suas condições de detenção, o que gerou fortes preocupações sobre o agravamento de seu estado de saúde.

"Não retiro meu pedido de ver o médico que é necessário, perdi a sensibilidade de partes de minhas mãos e de minhas pernas (...). Dada esta evolução e essas circunstâncias, começo a encerrar minha greve de fome", escreveu Navalny, em uma mensagem publicada em sua conta do Instagram.

Na quinta-feira, os médicos de Navalny pediram que ele encerrasse o quanto antes sua greve de fome para preservar sua vida e sua saúde, temendo "danos consideráveis" se continuasse com o protesto.

Navalny parou de comer em 31 de março em protesto por suas condições de prisão, acusando particularmente a administração penitenciária de rejeitar seu pedido de visita de um médico, apesar de sofrer uma dupla hérnia de disco, segundo seus advogados.

Antes de sua greve de fome, o principal opositor ao Kremlin se queixava também de uma perda de sensibilidade nas pernas que, segundo ele, poderia ser consequência do envenenamento do qual foi vítima em agosto passado e pelo qual acusa o presidente Vladimir Putin.

Segundo Navalny, os agentes da prisão também o torturavam mediante privação do sono, acordando-o a cada hora durante a noite.

- "Apoio enorme" -

Segundo seu aliado Leonid Volkov, que falou na quinta-feira à noite, Navalny foi finalmente examinado esta semana em um hospital civil e seu histórico médico foi transmitido aos seus médicos.

"Os médicos em que confio plenamente anunciaram ontem que chegamos ao suficiente para que eu encerre minha greve de fome", escreveu Navalny nesta sexta.

"Graças ao enorme apoio de boas pessoas em todo o país e no exterior, fizeos grandes progressos. Há dois meses riam dos meus pedidos de assistência médica, não me davam nenhum remédio", acrescentou.

O opositor de 44 anos está atualmente em um centro em Vladimir, 180 km ao leste de Moscou, aonde foi transferido de sua colônia penitenciária de Pokrov, na mesma região.

O ativista anticorrupção foi preso em janeiro ao retornar para a Rússia após passar cinco meses de tratamento na Alemanha, onde se recuperou do envenenamento.

- Pressões internas e externas -

Liuv Sobol, uma colaboradora próxima ao opositor que também fez greve de fome em 2019, explicou que os próximos dias "serão muito difíceis" para Navalny.

Segundo ela, terá "muita vontade de comer algo normal", mas só poderá ingerir sucos e outros líquidos "em uma quantidade muito pequena" durante a próxima semana.

Cinco médicos, entre eles sua médica pessoal Anastasia Vasilieva, pediram nesta sexta-feira que Navalny seja transferido a um hospital "moderno" para que a saíde da greve de fome aconteça acompanhado por profissionais "com as competências adequadas na questão da nutrição terapêutica".

Segundo sua equipe, Navalny finalmente foi atendido por médicos fora do sistema carcerário graças à pressão exercida sobre o Kremlin pelas manifestações de seus apoiadores, que na quarta-feira foram às ruas. Nesse mesmo dia, Putin fez seu discurso anual à nação.

Esses protestos, menores que os de janeiro no momento de sua prisão, também foram reprimidos de forma menos brutal, apesar de ter gerado mais de 1.900 prisões.

O caso de Navalny contribuiu nos últimos meses para um aumento das tensões entre Rússia e o Ocidente. Os Estados Unidos e a União Europeia denunciaram tanto seu envenenamento quanto a rejeição de Moscou de investigá-lo, e depois sua prisão e o tratamento recebido no presídio.

O Ocidente também alertou a Rússia sobre as consequências da possível morte de Navalny na prisão.

"Estamos profundamente preocupados com sua saúde e segurança e seguimos pedindo sua libertação imediata e incondicional", disse o Departamento de Estado dos EUA nesta sexta-feira.

Moscou, por sua vez, rejeita todas essas críticas.

Mas para Leonid Volkov, Putin "ainda reage às pressões internas e externas".


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