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Estado de Minas MOSCOU

Rússia anuncia transferência de Navalny para hospital; UE discute aumento da tensão


19/04/2021 18:40 - atualizado 19/04/2021 18:43

O governo russo transferiu nesta segunda-feira (19) para um hospital o líder opositor encarcerado Alexei Navalny, enquanto em Bruxelas os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) iniciaram uma reunião por videoconferência que pretende discutir o aumento da tensão com a Rússia.

Navalny, que iniciou uma greve de fome há três semanas, foi transferido da prisão, a 100 quilômetros de Moscou, para um centro hospitalar de detentos nas proximidades.

"O estado de saúde de Navalny é considerado satisfatório atualmente", afirmou o serviço penitenciário, antes de acrescentar que o líder opositor aceitou uma "terapia com vitaminas".

Durante o fim de semana, amigos de Navalny afirmaram que ele estava praticamente à beira da morte.

Os chanceleres dos 27 países da UE iniciaram uma reunião por videoconferência que inicialmente estava destinada a discutir o agravamento das tensões com a Rússia na Ucrânia, mas a questão Navalny atropelou a agenda e virou o tema central.

Ao fim das negociações, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, pediu às autoridades russas que permitam a Navalny receber visitas de médicos de sua confiança.

O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, rejeitou de forma enfática os comentários de autoridades ocidentais.

"Não podemos aceitar estas declarações por parte de representantes de outros governos", declarou, antes de afirmar que o tema "não deve ter maior interesse para eles".

- Aumento da pressão -

Navalny iniciou a greve de fome em 31 de março para protestar contra as más condições de sua detenção. Ele acusou a administração penitenciária de impedir o acesso de um médico e de remédios, apesar de sofrer uma dupla hérnia de disco, segundo os seus advogados.

Os médicos de Navalny afirmaram no domingo que foram impedidos de visitar o opositor do Kremlin.

Os aliados do opositor convocaram os russos para um protesto nas quarta-feira às 19H00 (13H00 de Brasília), que desejam transformar na "maior manifestação da história moderna" da Rússia.

O evento foi convocado para o mesmo dia do discurso do presidente Vladimir Putin diante das duas câmaras do Parlamento, quando ele pretende falar sobre os objetivos de desenvolvimento da Rússia e as eleições legislativas do segundo semestre.

"Putin proíbe explicitamente qualquer atividade da oposição na Rússia. Isto significa que esta concentração pode ser a última do país nos próximos anos. Mas nosso poder é mudar", escreveu no Facebook um dos principais colaboradores de Navalny, Leonid Volkov.

Um site criado pela oposição há algumas semanas para que os russos que desejam protestar façam uma inscrição já registrava 460.000 pessoas no domingo.

O ministério do Interior da Rússia, no entanto, advertiu que não permitirá a "desestabilização" e que adotará "todas as medidas necessárias".

Navalny, que retornou em janeiro ao país, depois de cinco meses de convalescença na Alemanha devido a um envenenamento que atribui ao Kremlin, foi detido imediatamente e condenado a dois anos e meio de prisão por uma antiga acusação de fraude, um processo que o opositor denuncia como politicamente motivado.

- Preocupação com a Ucrânia -

Os chanceleres da UE também discutirão a explosiva situação na Ucrânia.

De acordo com Borrell, a Rússia já enviou cerca de 150.000 soldados à fronteira com a Ucrânia na Crimeia, o que classificou de a "maior mobilização já registrada" nesta região".

O número de 150.000 soldados foi corrigido nesta segunda-feira à noite pela diplomacia europeia para 100.000. Nenhuma explicação foi dada sobre a mudança.

De acordo com Borrell, com a mobilização militar deste tamanho, "o risco de uma maior escalada é evidente".

A UE também expressou "seu total apoio e solidariedade" à República Tcheca depois que Moscou expulsou vinte diplomatas tchecos no domingo, em retaliação à expulsão de Praga de diplomatas russos.

A gravidade da situação chegou a tal ponto que o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, participou de parte da videoconferência.

O alto funcionário ucraniano chegou a apresentar no Twitter um plano para convencer a Rússia a interromper a escalada das tensões.

Para Kuleba, "o elemento-chave é a preparação de uma nova série de sanções setoriais. As sanções individuais não são mais suficientes".

Em seus comentários, no entanto, Borrell colocou panos quentes na reivindicação de Kuleba por sanções generalizadas da UE contra Moscou neste momento.

"Não estamos inclinados para novas sanções por enquanto. Não é o que está surgindo" no horizonte, disse ele.

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