"Uma comissão de médicos (...) decidiu pela transferência de A. Navalny para uma unidade hospitalar para os condenados que fica no complexo da colônia penitenciária Nº 3", afirmou o serviço penitenciário da região de Vladimir em um comunicado.
"O estado de saúde de Navalny é considerado satisfatório atualmente. Ele é examinado diariamente por um médico terapeuta", completa o texto.
Também de acordo com o serviço penitenciário, "com o consentimento do paciente, foi prescrita uma terapia de vitaminas".
O estado de saúde do opositor, que segundo os seus partidários corre o risco de graves problemas cardíacos e renais que podem provocar a morte, gera grande preocupação porque ele sobreviveu há menos de um ano a um envenenamento por uma substância neurotóxica.
Navalny iniciou a greve de fome em 31 de março para protestar contra as más condições de sua detenção. Ele acusou a administração penitenciária de impedir o acesso de um médico e de remédios, apesar de sofrer uma dupla hérnia de disco, segundo os seus advogados.
Os médicos de Navalny afirmaram no domingo que foram impedidos de visitar o opositor do Kremlin.
Ele também afirmou que foi ameaçado de alimentação à força, opção a que as autoridades russas podem recorrer caso um preso se recuse a aceitar as refeições.
A União Europeia (UE) se declarou "profundamente preocupada" com a saúde de Navalny. Os chanceleres do bloco iniciaram nesta segunda-feira uma reunião por videoconferência para examinar o caso do opositor.
O governo dos Estados Unidos advertiu no domingo que Moscou enfrentará "consequências" em caso de morte de Navalny.
O opositor, que retornou em janeiro ao país, depois de cinco meses de convalescença na Alemanha devido ao envenenamento que atribui ao Kremlin, foi detido imediatamente e condenado a dois anos e meio de prisão por uma antiga acusação de fraude, um processo que Navalny denuncia como politicamente motivado.
O ministério do Interior da Rússia advertiu nesta segunda-feira contra qualquer participação nas manifestações não autorizadas de apoio a Navalny, previstas para quarta-feira.
"As unidades do ministério do Interior e outras forças de segurança não permitirão uma desestabilização da situação e adotarão todas as medidas necessárias para manter a ordem", afirmou o ministério do Interior, em um comunicado.
MOSCOU