Orpis, ex-senador do partido ultraconservador União Democrata Independente (UDI), da atual coalizão governista do presidente Sebastián Piñera, foi condenado a cinco anos pelo crime de fraude fiscal e a 600 dias por suborno, segundo determina a longa sentença do Terceiro tribunal Oral.
O ex-senador foi considerado culpado de receber dinheiro em 2013 do então gerente da empresa Corpesca - a maior pesqueira do Chile - em troca de favorecê-la durante o trâmite de uma nova Lei de pesca.
O condenado deverá cumprir de forma sucessiva as duas penas, relatou a juíza Claudia Bugueño na leitura da sentença, embora vá ser diminuído o tempo que passou em prisão preventiva e domiciliar. Por este motivo, ficará preso por mais de três anos e também deverá pagar uma multa de mais de 150.000 dólares.
O ex-senador conservador também ficou inabilitado a exercer cargos públicos.
Juntamente com ele e no âmbito da mesma investigação, também foi condenada a ex-deputada independente Marta Isasi pelo crime de recebimento de propina, mas a sentença de 50 dias de prisão imposta já foi cumprida durante a investigação em prisão domiciliar.
Depois de uma série de denúncias pelo financiamento irregular da política que surgiram no Chile durante o governo anterior da socialista Michelle Bachelet (2014-2018), só o caso de Orpis terminou em uma sentença de prisão.
No restante dos casos, a maioria por uso de faturas falsas ou por serviços que na verdade não foram prestados, os julgamentos foram arquivados devido a uma mudança de critério do Serviço de Impostos Internos para processar as empresas que financiaram ilegalmente campanhas políticas no país.
A empresa Corpesca terá que pagar multa de mais de 700.000 dólares.
SANTIAGO