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Estado de Minas TRANSMISSÃO

Uruguai tem maior taxa de contágio de COVID-19 do mundo

País sul-americano já foi um exemplo regional por sua bem-sucedida gestão da pandemia e vive atualmente seu pior momento sanitário


15/04/2021 07:16 - atualizado 15/04/2021 10:35

Centro de vacinação montado em aeroporto no Uruguai(foto: Pablo PORCIUNCULA / AFP)
Centro de vacinação montado em aeroporto no Uruguai (foto: Pablo PORCIUNCULA / AFP)

O Uruguai, que até pouco tempo era considerado um exemplo na luta contra a covid-19, vem registrando o maior número de novas infecções diárias per capita do mundo, segundo a France Press. O país teve uma média de 1.370 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, de longe um recorde global, já que nenhum outro país superou os 1.000 contágios diários por 100 mil habitantes.

Desde a semana passada, a variante brasileira, chamada de P1, já era relacionada a 30% dos novos casos no Uruguai. "Este é um fenômeno que teve um ponto de inflexão na primeira quinzena de fevereiro, com o surgimento da variante brasileira", disse Daniel Salinas, ministro da Saúde uruguaio.

Segundo projeções do Imperial College, feita para 68 países, o Uruguai tem a terceira maior taxa de transmissão (Rt) de coronavírus no mundo. O Rt é uma das principais referências para acompanhar a evolução epidemiológica: quando é inferior a um, indica tendência de desaceleração dos casos. Quando é superior, indica que o vírus se dissemina mais rapidamente. Os números uruguaios significam que cada 100 pessoas infectadas devem contaminar outras 142. No Brasil, por exemplo, o mesmo número é igual a 106. No mundo, apenas Irã (149) e Índia (147) têm índices maiores.

Segundo dados do site Our World in Data, da Universidade de Oxford, com cerca de 70 mortos por dia, o Uruguai totaliza 20,4 óbitos por milhão de habitantes, o quinto pior desempenho do mundo, atrás apenas de Bósnia-Herzegovina (57,61), Hungria (30,12), San Marino (29,46) e Bulgária (28,93) - o Brasil, quando atinge 4 mil mortes diárias, chega à marca de 19 óbitos por cada milhão de habitantes.

O aumento do número de contágios põe em risco o atendimento em hospitais públicos e privados em todo o país, onde 53% dos leitos de UTI estão ocupados por pacientes de covid-19. Segundo a Sociedade Uruguaia de Medicina Intensiva, até a segunda-feira, a ocupação total dos leitos de terapia intensiva é de 77%.

O Uruguai, que já foi um exemplo regional por sua bem-sucedida gestão da pandemia, vive atualmente seu pior momento sanitário. Mas o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, se mostra relutante em endurecer as medidas existentes para restringir a mobilidade da população, argumentando que seu governo não acredita em "um Estado policial".

O país, que nunca decretou quarentena obrigatória, suspendeu as aulas presenciais, espetáculos públicos e fechou alguns escritórios não essenciais, assim como os "freeshops" na fronteira com o Brasil e os cassinos sob a jurisdição do Estado.

No entanto, estabelecimentos comerciais de todos os setores, incluindo bares e restaurantes, permanecem abertos - até a meia-noite -, com muita movimentação nas ruas. A entrada no país só é permitida para uruguaios e residentes, além de estrangeiros que possam provar motivos diplomáticos, econômicos, profissionais ou pessoais excepcionais e com a autorização expressa do governo.

Por volta das 21 horas de terça-feira, um forte panelaço pôde ser ouvido em vários bairros de Montevidéu pedindo mais medidas para conter os contágios. Mas, até o momento, o governo de Lacalle Pou aposta todas as fichas no programa de vacinação, que avança em um ritmo bom. Quase 26% da população uruguaia recebeu a primeira dose das vacinas da Coronavac ou da Pfizer, e 6% a segunda, desde que teve início a campanha de imunização, em 1.º de março.

A vacinação uruguaia tem características diferentes das que estão sendo realizadas em nações vizinhas, como Brasil e Argentina, onde a imunização começou com pessoas com mais de 80 anos. O Uruguai iniciou seu plano nacional pelos policiais, militares do Exército, bombeiros e professores. Logo em seguida, iniciou a imunização dos profissionais de saúde e de pessoas entre 18 e 59 anos que tenham tido alguma comorbidade.

O Uruguai também usou sobras de vacinas de várias regiões do país para "blindar" a fronteira com o Rio Grande do Sul, onde o sistema de saúde entrou em colapso no fim de fevereiro. No geral, os brasileiros não podem entrar no país, exceto no caso de reagrupamento familiar.

A situação também e grave na Argentina. No dia 13 de março, o país registrava uma média móvel de 6,5 mil novos casos por dia. Em 13 de abril, o número havia mais que triplicado, passando para 21,6 mil novas infecções. As mortes duplicaram, passando de uma média diária de 110 para 220 no último mês. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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