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Estado de Minas BRUXELAS

Otan e Rússia elevam o tom em meio à escalada das tensões na Ucrânia


13/04/2021 12:31

A Otan alertou nesta terça-feira (13) a Rússia de que deve interromper o acúmulo de tropas na fronteira com a Ucrânia, enquanto Moscou insistiu que conduz exercícios em resposta às ameaças da aliança militar transatlântica.

Em meio a um aumento sensível no tom da retórica dos dois lados, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, considerou que o acúmulo de tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia é "injustificado, inexplicado e profundamente preocupante".

Por sua vez, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, comentou que "em resposta às atividades militares da Aliança (Atlântica) que ameaçam a Rússia, tomamos medidas adequadas".

Diante dessa situação, disse Shoigu, as Forças Armadas russas transferiram tropas para "exercícios nas fronteiras oeste".

Pouco antes, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, acusou os Estados Unidos e a Otan de transformarem a Ucrânia em um "barril de pólvora" e responsabilizou Washington e Bruxelas pelo que pode acontecer.

Segundo a Casa Branca, o presidente americano Joe Biden sugeriu ao russo Vladimir Putin uma reunião em um país terceiro e pediu pra que "reduza as tensões" na Ucrânia.

Em Bruxelas, Stoltenberg recebeu o chanceler da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e mais tarde presidiu uma reunião da comissão da aliança militar com a Ucrânia.

- "Apoio inabalável" -

Em nota ao final dessa sessão da comissão, a Otan informou que os aliados "reafirmaram o apoio inabalável [da aliança militar] à soberania e integridade territorial da Ucrânia".

Enquanto isso, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, desembarcou na capital belga e se reuniu com Kuleba, a quem prometeu o apoio de Washington.

Por sua vez, em uma demonstração da gravidade da situação, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, se reuniu em Berlim com sua homóloga, Annegret Kramp-Karrenbauersu, e no final dessa reunião anunciou o envio de 500 soldados adicionais para a Alemanha.

Numa coletiva de imprensa com Kuleba na sede da Otan, Stoltenberg observou que "nas últimas semanas, a Rússia deslocou milhares de tropas prontas para o combate para a fronteira com a Ucrânia, no maior acúmulo de tropas russas desde a anexação ilegal da Crimeia em 2014".

Kuleba viajou a Bruxelas com o objetivo claro de obter o apoio da Otan, uma aliança militar à qual a Ucrânia se candidatou a aderir em 2008.

"A Rússia não poderá nos pegar de surpresa. A Ucrânia e seus amigos permanecem vigilantes", disse o diplomata.

Kuleba observou que a Rússia "continua acumulando tropas ao longo da fronteira, em nossos territórios ocupados e nos mares".

De acordo com o chefe da diplomacia ucraniana, a Rússia "está acumulando tropas no norte da Ucrânia, na Crimeia no sul e em Donbass no leste".

Além disso, "intensificou drasticamente sua propaganda beligerante, que desumaniza os ucranianos e incita o ódio contra a Ucrânia", disse Kuleba.

Sobre um possível diálogo, o chefe da diplomacia ucraniana disse que "nenhuma possibilidade pode ser excluída" neste cenário.

Apesar do alerta de Stoltenberg e dos pedidos de Kuleba, a Otan continua em dúvida sobre a eventual incorporação da Ucrânia, considerando que o gesto aumentaria exponencialmente as tensões na região.

Nesta terça, porém, Blinken abriu uma porta ao declarar que a Otan discutirá em breve as "aspirações euro-atlânticas" da Ucrânia.

Durante o dia, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Riabkov, disse que, em face do agravamento da situação no leste da Ucrânia, "obviamente vamos garantir a segurança de nossos cidadãos, onde quer que estejam".

"Mas Kiev e seus aliados ocidentais serão inteiramente responsáveis pelas consequências de uma escalada hipotética", acrescentou.

O governo russo já anunciou que não "ficará indiferente" ao destino da população de língua russa na Ucrânia.

A Ucrânia, por sua vez, teme que a Rússia busque um pretexto para atacá-la e acusa-a de reunir mais de 80.000 soldados perto de sua fronteira oriental e na Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

De acordo com a Ucrânia, os separatistas pró-russos têm 28.000 combatentes e mais de 2.000 conselheiros e instrutores militares russos no território que controlam no leste do país.


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