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Estado de Minas NICÓSIA

Ex-príncipe-herdeiro da Jordânia diz estar em 'prisão domiciliar'


03/04/2021 21:44 - atualizado 03/04/2021 21:49

O ex-príncipe-herdeiro da Jordânia afirmou na noite deste sábado (3) que se encontra em "prisão domiciliar" em seu palácio de Amã, segundo um vídeo obtido pela BBC, depois que o exército o acusou de realizar atividades contra "a segurança do reino".

Em vídeo transmitido à BBC, o príncipe Hamza afirmou que o chefe de Estado Maior do exército foi até a sua casa e lhe disse que "não estava autorizado a sair".

O príncipe garante não ter participado de qualquer conspiração e que "não é responsável pela degradação da governança, pela corrupção e pela incompetência" das autoridades do seu país.

Antes, a agência oficial jordaniana Petra, reportou que as autoridades haviam detido o ex-assessor do rei Bassem Awadallah e um número indeterminado de pessoas por "motivos de segurança".

O jornal americano Washington Post destacou um complô para derrubar o rei, Abdullah II.

Em um comunicado, o chefe de Estado Maior jordaniano, general Yussef Huneiti, assegurou que foi pedido ao príncipe Hamza "que cessasse algumas atividades que poderiam ser usadas para socavar a estabilidade e a segurança do reino", mas desmentiu sua detenção.

"Ninguém está acima da lei. A segurança e a estabilidade da Jordânia passam por cima de tudo", disse o general Huneiti.

"Foram tomadas todas as medidas no âmbito da lei e após uma investigação exaustiva", acrescentou.

Em vídeos publicados na internet, via-se uma grande mobilização policial na região de Dabuq, perto dos palácios reais.

- Complô complexo -

Segundo o Washington Post, o príncipe Hamza é alvo de uma investigação depois "da descoberta do que os funcionários do palácio descreveram como um complô complexo e de amplo alcance" para depor o rei Abdullah II.

Este complô "incluía pelo menos outro membro da família real da Jordânia, assim como líderes tribais e membros do aparato de segurança do país", acrescentou o jornal, citando uma autoridade de Inteligência do Oriente Médio.

"Não faço parte de nenhum complô, nem de nenhuma organização criminosa", defendeu-se o príncipe no vídeo, lamentando que não se possa mais, segundo ele, opinar ou criticar as autoridades "sem ser intimidado, assediado ou ameaçado".

"Infelizmente, este país mergulhou na corrupção, no nepotismo, na má administração, e isto causou abatimento ou perda de esperança", acrescentou.

- Destituído do título -

Hamza é o filho mais velho do rei Hussein, falecido em 1999, e de sua esposa americana, a rainha Noor, cujo nome de solteira era Lisa Halaby.

Quando se tornou rei, Abdullah havia nomeado príncipe-herdeiro seu meio-irmão, Hamza, atendendo ao desejo do pai, mas em 2004 retirou-lhe o título e o deu ao seu filho mais velho, Hussein.

Bassem Awadallah, uma das pessoas detidas segundo a agência Petra, foi chefe do gabinete real em 2007 e 2008 e depois chefe da Corte Real até 2008. Ex-ministro de Finanças e Planejamento, era muito próximo do rei, mas também muito controverso.

Bassem Awadallah se demitiu em 2008, após ser acusado por deputados, outros políticos e jornalistas de se intrometer nos planos de privatização do país.

Dois aliados da Jordânia expressaram rapidamente apoio ao rei Abdullah II.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, afirmou que Washington "acompanhava de perto" estas informações.

"Estamos [...] em contato com os funcionários jordanianos. O rei Abdullah é um parceiro-chave dos Estados Unidos e tem nosso apoio total", afirmou.

A Arábia Saudita reagiu expressando "seu apoio completo ao reino da Jordânia [...] e às decisões e medidas tomadas pelo rei Abdullah II e o príncipe-herdeiro Hussein para salvaguardar a segurança e a estabilidade".

As detenções ocorreram dias antes da comemoração do centenário do reino. Em 11 de abril de 1921, o rei Abdullah, dirigente do novo Estado da Transjordânia, formou seu primeiro governo após a criação do emirado, em março de 1921, junto com a Palestina durante o mandato britânico.


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