"Tenho a profunda tristeza de anunciar a morte de sua eminência Christian Tumi, ocorrida em 3 de abril de 2021", anunciou dom Samuel Kleda, arcebispo de Douala, em comunicado transmitido pela Radio Veritas, a rádio da arquidiocese.
"Faleceu em sua residência, para onde foi levado ontem a seu pedido, depois de ter estado internado em uma clínica (...). Estava doente", disse à AFP o padre Bakaba, chefe do jornal católico "O esforço camaronês".
Defensor incansável de um grande diálogo nacional para acabar com a crise separatista em sua região nativa anglófona do oeste de Camarões, ele permaneceu profundamente envolvido na resolução desta crise até sua morte.
Nas regiões noroeste e sudoeste, grupos armados e forças de segurança enviados por Yaoundé têm travado uma guerra sangrenta desde o final de 2016 e ONGs internacionais regularmente acusam ambos os lados de crimes cometidos contra civis.
Este conflito causou mais de 3.500 mortes e forçou mais de 700.000 pessoas a fugirem de suas casas.
O ex-arcebispo de Douala, brevemente sequestrado em 5 a 6 de novembro de 2020 por rebeldes separatistas, era regularmente acusado por separatistas de ser muito próximo do governo, e pelo governo de ser muito próximo dos separatistas.
Apóstolo da paz, o cardeal Tumi saiu da aposentadoria em 2016 para se comprometer a resolver a crise. Ele propôs em 2018, com dignitários protestantes e muçulmanos, manter um diálogo nacional. Mas o governo e os separatistas se opuseram.
Um ano depois, durante o grande diálogo nacional organizado pelo governo camaronês, ele se comprometeu particularmente, apelando a todas as partes e pedindo aos separatistas a "deporem as armas".
DOUALA