Essa taxa de pobreza, que equivale a 12 milhões de pessoas nos 31 aglomerados urbanos (áreas em que o estudo é realizado), registra-se após três anos de recessão, situação agravada pelo severo confinamento colocado em prática na Argentina para enfrentar a covid-19 em 2020, com forte freio à atividade econômica.
A taxa de indigência foi de 10,5%, a mesma do primeiro semestre.
Na comparação homóloga com o segundo semestre de 2019, o número de pessoas abaixo da linha da pobreza aumentou 6,5 pontos percentuais e na indigência 2,5 pontos percentuais.
A pobreza afetava 57,7% das crianças de 0 a 14 anos em 2020, se o índice for organizado por grupos segundo a idade.
Outro fator que impacta os números da pobreza é a inflação, de 36,1% em 2020, uma vez que a renda não cresceu na mesma proporção do aumento dos preços, principalmente dos alimentos.
Aqueles com renda inferior a uma cesta básica total (alimentos e serviços essenciais) e os indigentes com uma cesta básica são considerados pobres.
A cesta básica (CBA) para uma família típica (dois adultos e duas crianças) foi de 24.575 pesos (cerca de US$ 250) em fevereiro, com um aumento de 3,6% em relação a janeiro, e a cesta básica total (CBT) chegou a 57.997 pesos (cerca de US$ 600), ou seja, 2,7% a mais que no mês anterior.
Para um adulto solteiro, a CBA custava 7.953 pesos (cerca de US$ 80) e a CBT custava 18.769 pesos (cerca de US$ 190).
O salário mínimo é de 21.600 pesos (cerca de US$ 220), mas nem todo mundo o tem, pois há muito trabalho informal.
A Argentina registrou seu pior índice de pobreza no final de 2002, quando atingiu 58% da população, em meio à pior crise econômica de sua história.
BUENOS AIRES