Entre estas medidas está o fechamento de comércios não essenciais, salvo exceções, anunciou Macron em um discurso televisionado.
O toque de recolher, já em vigor, será mantido entre as 19h00 e as 06h00 e os cidadãos estão proibidos de se deslocar por mais de 10 km. Para viajar além disso, os franceses precisarão de uma justificativa.
As escolas até o ensino médio vão fechar na próxima segunda-feira no mínimo por três semanas, acrescentou o presidente, que especificou que várias das restrições entrarão em vigor no sábado.
Como há um ano, os jovens terão que voltar à educação à distância, embora a medida seja amenizada pelo feirado da Semana Santa, que a França celebra este ano após as festividades.
Todas as escolas fecham ao mesmo tempo, por duas semanas, a partir de 12 de abril. Os universitários continuarão a ter aulas apenas um dia por semana, como há meses.
"A escola não é negociável", insistiu Macron, lembrando que a França foi um dos "poucos países" da Europa que manteve as escolas abertas desde setembro.
- 'Corrida contra o tempo'-
A França luta para tentar conter a terceira onda da pandemia, que colocou os serviços de saúde, principalmente os de emergência, no limite da sua capacidade.
"Entramos em uma corrida contra o tempo", reconheceu o presidente francês.
Para isso, o governo aumentará o número de leitos de terapia intensiva para 10 mil unidades, no lugar dos 7.655 utilizados hoje, afirmou Macron.
A chamada variante britânica do coronavírus, altamente contagiosa, "criou uma epidemia dentro da epidemia", alertou. A França está prestes a atingir 100.000 mortes pelo coronavírus.
Ao mesmo tempo, o governo quer acelerar a campanha de vacinação e começar a imunizar os maiores de 60 anos a partir de 16 de abril e os maiores de 50 anos a partir de 15 de maio.
Macron se disse "profundamente entristecido" pelo fato de alguns idosos, com prioridade na vacinação, ainda não terem recebido a primeira dose.
O objetivo é que "até o final do verão (boreal) todos os franceses maiores de 18 anos que desejarem, possam ser vacinados".
- 'Cometemos erros' -
"Em cada etapa desta epidemia, podemos dizer que poderíamos fazer melhor, que cometemos erros. Tudo isso é verdade", admitiu Macron, em baixa nas pesquisas e que enfrentará eleições presidenciais no próximo ano.
"Mas eu sei de uma coisa: suportamos, aprendemos e cada vez aprendemos mais", explicou.
"O sucesso desta estratégia depende de cada um de nós", insistiu.
O custo desta nova reviravolta para as empresas de todo o país, já fortemente castigado pela crise, será de 11 bilhões de euros (12,9 bilhões de dólares) por mês, em termos de ajudas e subsídios, segundo cálculos do Ministério da Economia.
Mais de 150.000 estabelecimentos terão que fechar as portas.
"Este novo confinamento será terrível para todos os setores fechados", reagiu o presidente da associação patronal (Medef), Geoffroy Roux de Bézieux, por meio de um tweet.
"Tem que ser a última. Vamos abrir todas [as lojas] no dia 15 de maio", pediu o dirigente.
Macron anunciou, ainda, a reabertura, em meados de maio de alguns espaços culturais e áreas externas de bares e restaurantes, assim que o país tiver superado "o esforço de abril" contra a covid.
Restaurantes, bares, cinemas e outros locais públicos estão fechados desde o final de outubro. No entanto, o vírus não cede neste país de cerca de 65 milhões de habitantes.
PARIS