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Estado de Minas MOSCOU

Opositor russo Alexei Navalny anuncia greve de fome


31/03/2021 19:17 - atualizado 31/03/2021 19:19

O opositor russo Alexei Navalny, preso em uma colônia penitenciária, anunciou nesta quarta-feira (31) que iniciou uma greve de fome para denunciar a falta de acesso aos cuidados médicos e que está sendo "torturado por meio da privação do sono".

Navalny, incansável ativista contra a corrupção e principal crítico do Kremlin, denunciou em várias ocasiões nas últimas semanas suas condições de detenção no campo de Pokrov, 100 km a leste de Moscou, considerado um dos mais rígidos da Rússia.

"Declaro uma greve de fome para pedir a aplicação da lei e para que um médico venha me ver", escreveu Navalny em sua conta do Instagram, afirmando sofrer de dores nas costas e nas pernas.

Nesta quarta, Navalny, de 44 anos, afirmou que agora também sente dores na perna esquerda. "Não sinto mais partes da minha perna direita e agora também da minha perna esquerda", escreveu. "O que mais posso fazer? Tenho o direito de ser visitado por um médico e receber medicamentos", acrescentou.

Segundo ele, a administração penitenciária também se recusa a lhe dar outros livros além da Bíblia e teria feito os outros detidos "não limparem" ao redor de sua cama.

"Simplesmente dizem: (Alexei), sinto muito, mas simplesmente estamos com medo (...). A vida de um prisioneiro vale menos que um pacote de cigarros", escreveu.

Os serviços penitenciários russos reagiram às acusações em nota, na qual garantiram que o opositor "recebe a atenção médica necessária" e que os guardas "respeitam rigorosamente o direito de todos os condenados a um descanso ininterrupto de oito horas".

- Agravamento da saúde -

Questionado sobre a greve de fome de Navalny, o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price, classificou o opositor russo de "prisioneiro político" e pediu novamente sua libertação.

"Seguiremos responsabilizando aqueles que na Rússia estão por trás da tentativa de assassinato contra ele e da repressão contra seus partidários pacíficos que foram às ruas", completou.

Na segunda-feira, Navalny também afirmou ter recebido várias advertências, o que o expõe a um possível confinamento em uma cela disciplinar.

Ele descreveu a colônia de Pokrov como um "campo de concentração" e comparou sua rotina com a de um "Stormtrooper" na "adaptação russa de Star Wars" devido à disciplina rígida em vigor.

"Sinto muita dor nas costas, não consigo me abaixar ou levantar", escreveu ele em 26 de março, afirmando que recebeu uma vez comprimidos de ibuprofeno, um medicamento anti-inflamatório.

Ativista anti-corrupção e crítico do presidente Vladimir Putin, Navalny foi preso em janeiro assim que voltou da Alemanha - onde se recuperava - para a Rússia.

Em fevereiro, foi condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de fraude de 2014. Essa condenação é vista por ele, pelas ONGs e países ocidentais como política.

Na semana passada, seus familiares afirmaram temer pela sua saúde enquanto está preso, já que o opositor se queixa de fortes dores nas costas e nas pernas.

Apesar disso, a administração penitenciária afirma que o opositor se encontra em um estado "satisfatório".

Sua advogada Olga Mikhailova considera, entre outras coisas, que os atuais problemas de saúde do opositor poderiam estar relacionados com seu envenenamento no ano passado e considera que sua vida corre perigo.

Além do estado de saúde, Navalny revelou que também é alvo de constantes advertências disciplinares por "levantar da cama 10 minutos mais cedo ou pela rejeição em participar" dos exercícios físicos matinais obrigatórios.


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