"Aconteceram detenções entre os poucos elementos do Exército que estão na origem da tentativa de golpe de Estado. Este grupo de militares não conseguiu se aproximar do palácio presidencial. A Guarda Presidencial respondeu", disse a fonte.
O governo do Níger confirmou a tentativa de golpe frustrado.
"Na madrugada de 30 para 31 de março, aconteceu uma tentativa de golpe de Estado", afirma um comunicado divulgado pelo governo, que "condena este ato covarde e retrógrado que pretende colocar em perigo a democracia e o Estado de direito, com os quais nosso país está resolutamente comprometido".
Moradores do bairro presidencial de Niamey contaram à AFP que foram acordados por tiros durante a noite.
A tentativa de golpe aconteceu dois dias antes da posse do novo presidente, Mohamed Bazoum, prevista para sexta-feira, em Niamey.
O presidente eleito é próximo do atual chefe de Estado, Mahamadou Issoufou.
Seu rival, o ex-presidente Mahamane Ousmane, não reconheceu os resultados das eleições e reivindicou a vitória. Ele convocou "protestos pacíficos" em todo país.
A história do Níger, país que conquistou a independência da França em 1960 e está entre os mais pobres do mundo, é marcada por quatro golpes de Estado. O primeiro deles foi em abril de 1974 contra o presidente Diori Hamani, e o mais recente, em fevereiro de 2010, que derrubou o presidente Mahamadou Tandja.
A transferência de poder entre Issoufou e Bazoum prevista para sexta-feira é a primeira entre dois presidentes eleitos democraticamente.
A primeira tarefa de Mohamed Bazoum será enfrentar os ataques extremistas de grupos vinculados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico (EI) no oeste do país, fronteiriço com Mali e Burkina Faso, e do movimento nigeriano Boko Haram no leste, na fronteira com a Nigéria.
O ataque mais recente de grande envergadura aconteceu em 21 de março, na região de Tahoua, e deixou 141 mortos.
Desde o início de 2021, os ataques extremistas mataram mais de 300 civis, especialmente no oeste do país.
NIAMEY