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Estado de Minas PARIS

Voracidade dos países ricos é motor do desmatamento tropical, diz estudo


29/03/2021 16:26

A demanda insaciável dos países ricos, 'fãs' de vários produtos agrícolas, como café e soja, tem estimulado os níveis de desmatamento nos trópicos, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira (29).

À medida que a América do Norte e a Europa expandem a cobertura florestal de seus territórios, os esforços para deter a destruição das florestas no hemisfério sul têm sido superados pelo apetite dos países do norte, de acordo com pesquisadores da revista Nature Ecology & Evolution.

Esta primeira avaliação país a país de como as importações dos países desenvolvidos alimentam o desmatamento mostra que um habitante dos países do G7 é responsável pela perda média de quatro árvores por ano em outras partes do mundo, o que significou mais de 3 bilhões de árvores em 2015, de acordo com os pesquisadores.

No caso de cinco nações do G7 (Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália), 91% a 99% de sua "pegada de desmatamento" é sofrida por outros países, metade deles nos trópicos.

"A maioria das florestas está nos países mais pobres e eles são economicamente encorajados a derrubá-las", disse o principal autor do estudo, Nguyen Tien Hoang, do Instituto de Pesquisa para a Humanidade e a Natureza em Kyoto, Japão.

"Mostramos que os países ricos promovem o desmatamento" por meio de suas importações, disse à AFP.

O estudo permite, com precisão, vincular determinados produtos a determinados países. Por exemplo, o consumo de cacau na Alemanha "representa um risco muito alto para as florestas da Costa do Marfim e de Gana", disse Nguyen Tien Hoang.

Já o desmatamento na costa da Tanzânia está diretamente ligado à demanda japonesa por produtos agrícolas. Ecossistemas florestais muito ricos cobrem mais de 30% da superfície da Terra e as florestas tropicais abrigam 50%-90% das espécies.

Em 2019, o equivalente a um campo de futebol em floresta nativa foi destruído a cada seis segundos nos trópicos, ou 38 mil km2, segundo dados de satélites.

Dados preliminares sugerem que a destruição pode ter sido ainda mais rápida em 2020.


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