Este pedido foi emitido durante uma visita surpresa a Trípoli dos chefes da diplomacia da França, Alemanha e Itália, num gesto europeu de apoio e unidade diante dos recentes avanços políticos no país do Magrebe.
Presa em divisões entre duas frentes e várias facções - após a queda do regime de Muammar Khadafi em 2011 - a Líbia acaba de nomear, após um processo patrocinado pela ONU, um governo unificado, responsável por administrar a transição para eleições nacionais previstas para o fim de dezembro.
E, enquanto o conflito na Líbia tem sido, em grande parte, alimentado por potências externas, a questão dos soldados e mercenários estrangeiros - ainda eram 20.000 em dezembro de acordo com a ONU - parece ser central.
"Reiteramos a necessidade de que todos os mercenários da Líbia se retirem imediatamente", disse a ministra das Relações Exteriores, Najla al-Mangush, em coletiva de imprensa em Tripoli, acompanhada pelos seus homólogos francês, alemão e italiano.
"A saída dos mercenários" vinculada com a presença de forças estrangeiras neste conflito, "é essencial para que o Estado líbio afirme sua soberania", disse o ministro francês, Jean-Yves Le Drian.
Na véspera, como parte de um relatório apresentado ao Conselho de Segurança, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse estar "profundamente preocupado" com o fato de "elementos estrangeiros" continuarem ativos na Líbia.
Esse informe também indicou uma pequena redução, ainda que insuficiente. A ONU estimou em dezembro que cerca de 20.000 soldados e mercenários estrangeiros estavam ativos na Líbia.
Sobre essa questão, uma fonte diplomática francesa indicou que os mercenários sírios espalhados pela Turquia estavam começando a se retirar.
No Cairo, onde acolheu ao presidente do Conselho Presidencial líbio, Mohamed Al Manfi, o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, também pediu pela "retirada".
Quando poderes rivais surgiram, a Turquia apoiou ativamente o ex-governo de unidade (GNA), com sede em Trípoli, reconhecido pela ONU e pela comunidade internacional em sua maior parte.
Contra ele, uma frente estabelecida no leste do país, liderada pelo chefe militar marechal Khalifa Haftar, teve o apoio dos Emirados, Rússia e Egito.
Nesse contexto, entre os atores externos figuravam mercenários do grupo privado russo Wagner, chadianos, sudaneses e sírios, mas também soldados turcos ao abrigo de um acordo bilateral celebrado com o anterior governo de Trípoli.
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