Milhares de esculturas de metal e marfim foram espoliadas pelas forças britânicas em 1897, durante a destruição da cidade de Benin, na atual Nigéria. As obras de arte foram vendidas para colecionadores e museus.
A escultura de bronze a ser devolvida representa um Oba (rei) do Benin e foi adquirida pela universidade em 1957, em um leilão.
"Não teria sido correto conservar um objeto de tamanha importância cultural que foi adquirido em circunstâncias tão condenáveis. Portanto, decidimos que a ação mais apropriada seria o retorno incondicional", disse o professor George Boyne, diretor e vice-reitor da Universidade de Aberdeen, em um comunicado.
O ministro nigeriano da Informação e Cultura, Lai Mohamed, saudou o anúncio como "um passo na direção certa".
"Outros detentores de antiguidades nigerianas deveriam imitá-lo", acrescentou, na mesma nota.
Na Europa, a maioria das ex-potências coloniais se questiona há vários anos sobre a reapropriação de seu patrimônio por parte dos antigos países colonizados.
A Alemanha estudará a restituição de centenas de bronzes do Benin, que se encontram em seus museus e que são fruto de saques que remontam à época colonial, informou uma das principais instituições culturais do país na quarta-feira (24).
O Museu Britânico se mostrou favorável à devolução de algumas das obras à Nigéria, mas na condição de empréstimo. Esta possibilidade, um empréstimo de muito longo prazo, também está sendo contemplada para o moái Hoa Hakananai'a, de grande valor espiritual para a Ilha de Páscoa, um território polinésio chileno situado no Pacífico Sul.
A Nigéria quer construir um novo museu para expor os preciosos bronzes. A futura instalação deve estar concluída até ao final de 2024, na cidade do Benin. Conta com um financiamento inicial de cerca de 4 milhões de dólares, do qual o Museu Britânico participa.
LONDRES