Jornal Estado de Minas

BUENOS AIRES

Organizações pedem para plantar 30 mil árvores em memória de desaparecidos na ditadura argentina

Organizações argentinas defensoras dos direitos humanos, entre elas as Avós da Praça de Maio, convocaram nesta quarta-feira (24) para plantar 30.000 árvores por cada desaparecido na ditadura, 45 anos depois do golpe de Estado que iniciou a última ditadura.



"Este 24 de março, vamos plantar 30.000 árvores pelos nossos 30 mil companheiros detidos-desaparecidos e pelo futuro", disseram os organismos em um documento conjunto.

A histórica manifestação de rua que todo ano reúne centenas de milhares de pessoas para relembrar o golpe de Estado de 1976, sob o slogan 'Nunca mais', teve que ser cancelada para evitar contágios do coronavírus, que já cobrou na Argentina quase 55.000 vidas e deixou mais de dois milhões de casos.

"Plantamos Memória, Verdade e Justiça. Que a lembrança dos desaparecidos transcenda em pequenas ações cuidadosas", em escolas, sindicatos, clubes e locais de convivência, entre outras, "com registro em fotos e vídeos para espalhar pelas redes sociais", com a hashtag #PlantamosMemória, #45AnosDoGolpeGenocida e #São30Mil", destacaram os organizadores dessa iniciativa na declaração.

A única manifestação do dia será uma convocada por um grupo de organizaciones de esquerda, até a Praça de Maio, no centro de Buenos Aires.

Outra entidade humanitária, Mães da Praça de Maio-Linha Fundadora, pediu a participação em um ato na praça transmitido digitalmente em uma grande tela.

A ditadura acabou em 1983, ano da restauração da democracia com o voto popular, mas desde então 1.025 ex-chefes militares, oficiais e policiais foram condenados por graves violações aos direitos humanos.

O ditador Jorge Videla morreu em uma prisão comum em 2013, condenado à prisão perpétua por crimes contra a humanidade e pela aplicação de um plano sistemático de roubo de bebês, filhos dos prisioneiros políticos.



audima