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Estado de Minas BERLIM

Alemanha cancela novas restrições contra covid, que não dá trégua no Brasil


24/03/2021 12:01

O governo alemão recuou e desistiu das novas medidas restritivas que pretendia impor durante a Semana Santa para combater a pandemia de covid-19, que não dá trégua no Brasil, onde foram registradas mais de 3.000 mortos pela primeira vez em apenas um dia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que as novas ações eram um "erro". O governo anunciou as novas restrições na segunda-feira (22), que incluíam o fechamento de lojas e cerimônias religiosas organizadas por videoconferência.

As críticas foram rápidas, inclusive dentro do governo conservador. Os ataques mais intensos vieram dos círculos empresariais, que questionaram os fechamentos de lojas em um momento econômico já muito complicado para o país.

"Um erro deve ser chamado de erro e, sobretudo, deve ser corrigido e, se possível, a tempo. Sei que esta proposta provocou uma incerteza adicional, lamento profundamente e, por isto, peço o perdão de todos os cidadãos", disse Merkel, cujo partido perdeu pontos nas pesquisas pela gestão da pandemia.

A chanceler destacou que o plano tinha "as melhores intenções", no momento em que os contágios aumentam no país, mas que não poderá ser colocado em prática "em um período tão curto de tempo".

Mais de 75.000 pessoas morreram vítimas da covid-19, até o momento, no país.

A situação na Alemanha não é uma exceção. Em outros países europeus, os números de contágios voltaram a acender as luzes de alerta, enquanto os cidadãos perdem as contas das restrições, confinamentos, ou ondas da pandemia.

Na Bélgica, o primeiro-ministro Alexander De Croo anunciou novas medidas nesta quarta-feira para "superar a terceira onda" da covid-19. Entre elas, estão ensino a distância para quase todos e restrições para estabelecimentos comerciais não essenciais.

- Situação "terrível" no Brasil -

Na Europa, a covid-19 matou mais de 928.000 pessoas e infectou quase 42 milhões, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais. Em todo mundo, a pandemia deixou mais de 2,7 milhões de vítimas fatais e mais de 124 milhões de casos.

O Brasil é, em termos absolutos, o segundo país mais afetado pela covid-19, com quase 300.000 mortos e mais de 12 milhões de casos.

Na terça-feira, o país, com 212 milhões de habitantes, superou pela primeira vez a marca de 3.000 mortes por covid-19 em apenas um dia. A situação é "terrível", nas palavras da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O sistema de saúde está em colapso, as UTIs dos hospitais da maioria dos 26 estados e do Distrito Federal têm níveis de ocupação superiores a 80% e existe uma "preocupação" crescente com o risco de falta oxigênio em pelo menos seis estados, segundo relatório da Procuradoria-Geral da República.

O cenário geral é de uma pandemia fora de controle, em parte pela nova e mais contagiosa variante registrada na Amazônia, por uma campanha de vacinação lenta e pelo escasso respeito às normas de higiene e distanciamento.

"Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda população. Muito em breve, retomaremos nossa vida normal", declarou na terça-feira o presidente Jair Bolsonaro, em um discurso que foi marcado por panelaços em várias cidades do país.

A transmissão do vírus "continua aumentando perigosamente em todo Brasil", e essa "péssima situação também atinge os países vizinhos", afirmou na terça-feira a diretora da Opas, Carissa Etienne.

Diante do aumento dos contágios, vários países da região optaram por novas medidas para a Semana Santa.

O Uruguai decidiu fechar prédios públicos e suspender as aulas presenciais. O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou toques de recolher noturnos e outras restrições, enquanto o venezuelano Nicolás Maduro prorrogou o confinamento em vigor durante a Semana Santa.

- UE endurece exportação de vacinas -

Em paralelo ao aumento de contágios e mortes, as campanhas de vacinação avançam entre vários obstáculos: falta de doses, interesses políticos, concorrência entre laboratórios e diferenças flagrantes entre países ricos e pobres, entre outros.

Segundo os dados compilados pela AFP com base em números oficiais, mais de 459 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas no mundo até agora em pelo menos 162 países e territórios.

Nove em cada dez doses foram aplicadas em países de renda média e alta, segundo os critérios do Banco Mundial, embora estas nações representem apenas 50% da população mundial.

Nesta quarta-feira, a União Europeia (UE) decidiu reforçar seu controle para a exportação de vacinas anticovid produzidas em seu território, para garantir o abastecimento de doses no bloco e evitar a fuga para outros países, em particular o Reino Unido, anunciou o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis.

A partir de agora, afirmou Dombrovskis, serão considerados "dois elementos adicionais" antes da autorização das exportações: reciprocidade com o país de origem e proporcionalidade nos pedidos.

A revisão das normas responde ao momento de tensão entre a UE, o laboratório AstraZeneca e as autoridades do Reino Unido.

As autoridades europeias destacam que o bloco é o principal exportador de vacinas anticovid do mundo, mas não recebe os fármacos prometidos - mais concretamente pela AstraZeneca, que fornece todas as doses encomendadas pelo Reino Unido.

Além disso, a vacina do laboratório anglo-sueco sofre com dúvidas sobre sua eficácia e segurança. A AstraZeneca deve publicar até quinta-feira novos dados sobre os testes clínicos nos Estados Unidos, país ao qual pode ter fornecido informações "obsoletas".

A vacina do laboratório é mais barata e fácil de armazenar que outras, mas vários países suspenderam-na temporariamente na semana passada por casos isolados de coágulos sanguíneos.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) consideraram este imunizante seguro e eficaz, e ele voltou a ser aplicado em vários países.


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