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Estado de Minas YANGON

EUA e UE sancionam altos funcionários da junta de Mianmar


22/03/2021 17:32 - atualizado 22/03/2021 17:40

Estados Unidos e União Europeia sancionaram nesta segunda-feira (22) altos funcionários da junta de Mianmar pela repressão dos opositores ao golpe militar, que continuam se manifestando em todo o país.

Desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro, que derrubou a líder civil Aung San Suu Kyi, mais de 2.600 pessoas foram presas e cerca de 250 assassinadas, segundo a Associação de Ajuda aos Presos Políticos (AAPP).

Mas o balanço de vítimas pode ser maior, segundo esta organização local de direitos humanos.

De acordo com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, o chefe da polícia Than Hlaing e o tenente-general Aung Soe são responsáveis pela repressão e pelo fato das forças de segurança começarem a usar força letal contra os manifestantes.

As sanções, que buscam impedir que os afetados possam fazer negócios com os Estados Unidos ou acessar o sistema financeiro global, também foram aplicadas a duas divisões de infantaria do exército.

"A junta continua tentando mudar os resultados de uma eleição democrática reprimindo brutalmente os manifestantes pacíficos", informou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em um comunicado.

Por sua vez, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia aprovaram sanções contra o líder da Junta, o general Min Aung Hlaing, assim como contra nove oficiais das Forças Armadas e o presidente da Comissão Eleitoral.

Os sancionados estão proibidos de viajar para a UE ou de transitar por ela e seus eventuais ativos ou recursos na União estão congelados.

- Manifestações de madrugada -

Em Mandalay (centro), capital cultural e segunda cidade do país, os manifestantes - entre os quais se encontravam professores - protestaram de novo em grande número antes do amanhecer desta segunda, alguns erguendo cartazes que pediam a intervenção da ONU.

Oito pessoas morreram no domingo e cerca de 50 ficaram feridas na cidade, informou uma fonte médica à AFP.

Em um bairro foram ouvidos tiros até 23h00 no horário local.

"As pessoas estavam com muito medo e ficaram inseguras durante toda a noite", afirmou à AFP um médico.

Para protestar contra a repressão, um grupo de médicos de Mandalay realizou uma "manifestação de cartazes" alinhados na rua como manifestantes virtuais, informou o jornal independente Voice of Myanmar. Os monges também fizeram um protesto parecido.

Em Yangon, a capital econômica do país, também foram organizados protestos durante a madrugada em alguns bairros. Os motoristas tocaram as buzinas dos carros em apoio ao movimento pró-democracia.

Moradores no subúrbio de Hlaing lançaram balões vermelhos com mensagens para a ONU, que incluem pedidos de intervenção para acabar com as atrocidades no país, segundo a imprensa local.

A situação é muito tensa em Yangon, onde dois dos cinco milhões de habitantes estão submetidos à lei marcial.

Em Monywa (centro), centenas de pessoas se manifestaram nesta segunda-feira após a morte de um manifestante, segundo a mídia local.

- Jornalistas liberados -

Os países vizinhos de Mianmar já expressaram preocupação. Indonésia e Malásia pediram a organização de uma reunião urgente dos 10 Estados que integram a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), da qual Mianmar também faz parte, para debater a crise birmanesa.

A BBC anunciou nesta segunda-feira a libertação de sua correspondente local em Mianmar, Aung Thura, presa na sexta-feira na capital Naipyido.

Quarenta jornalistas foram presos desde o golpe, segundo a imprensa britânica.

Um segundo jornalista, Than Htike Aung, que trabalha para o veículo local Mizzima e que também foi preso na sexta-feira em Naipyidó, continua detido.

Em Mianmar, as conexões de internet móvel, assim como várias redes wi-fi, são cortadas e apenas estão disponíveis no momento para veículos estatais.

A mídia local independente, incluindo Mizzima, teve sua licença retirada. Os opositores ao golpe decidiram se manifestar durante o dia, mas também à noite, em um novo desafio à repressão.


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