Melhores condições de trabalho, amenização da enorme carga de trabalho, maior segurança, cumprimento das normas sanitárias, pagamento de uma "indenização por covid" e aumentos salariais, são algumas das reivindicações apresentadas pelos trabalhadores por meio dos três maiores sindicatos do país - Cgil, Cisl e Uil.
A participação dos trabalhadores foi "de 75% em média, com 90% em alguns setores", asseguraram no meio do dia os três sindicatos.
A encarregada italiana da Amazon, Mariangela Marseglia, antecipou em carta pública que a empresa "continua trabalhando como sempre" e que "o percentual de adesão à greve foi inferior a 10%, enquanto foi de 20% nas empresas de prestação de serviços de entrega", escreveu.
Marseglia informou que a empresa respeita os direitos dos trabalhadores de "manifestar sua própria posição" e assegurou que os salários da Amazon na Itália estão entre os mais elevados do setor.
"Os funcionários estão exaustos", especialmente os motoristas que "entregam de 180 a 200 pacotes por dia", denunciaram os sindicatos em um comunicado conjunto.
Este é um movimento sem precedentes para a filial italiana da Amazon, uma das empresas mais poderosas do mundo.
Os clientes da Amazon são convidados a apoiar os funcionários em greve e parar de fazer compras na plataforma nesta segunda-feira, conforme proposto pela associação de consumidores Federconsumatori.
"Como é possível que a empresa do homem mais rico do mundo (Jeff Bezos) não respeite os direitos fundamentais dos trabalhadores?", reclamou Nicola Fratoianni, secretário nacional do partido de esquerda Sinistra Italiana, que apoia a greve e clama para que a colossal riqueza da Amazon seja melhor distribuída entre seus trabalhadores.
Devido ao confinamento imposto para conter a pandemia do coronavírus e ao fechamento de lojas não essenciais, as vendas da gigante americana em todo o mundo dispararam.
A Amazon superou pela primeira vez em sua história os 100 bilhões de dólares faturados no trimestre e dobrou seu lucro no quarto trimestre de 2020, com 7,2 bilhões de dólares.
A Amazon contratou 2.600 pessoas na Itália somente em 2020 e afirma ter investido mais de 5,8 bilhões de euros (US $ 6,9 bilhões) desde que entrou na península há dez anos.
MILÃO