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Estado de Minas PEQUIM

Segundo canadense detido na China foi julgado em Pequim


22/03/2021 13:18 - atualizado 22/03/2021 13:19

O julgamento de um segundo canadense detido na China por mais de dois anos por "espionagem" aconteceu nesta segunda-feira (22) a portas fechadas em Pequim, uma detenção que o Canadá considerou "arbitrária" e uma represália à prisão de uma executiva da Huawei em Vancouver.

O julgamento do ex-diplomata Michael Kovrig, de 49 anos, acontece três dias depois do de seu compatriota Michael Spavor em Dandong (nordeste da China). Este último terminou em pouco mais de duas horas sem que a sentença fosse divulgada.

Os dois homens, que enfrentam prisão perpétua, foram detidos em dezembro de 2018, pouco depois da detenção no Canadá da diretora financeira da gigante chinesa de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos.

Ottawa acusa Pequim de ter prendido seus dois cidadãos em retaliação. A China nega.

Em um comunicado, o ministro canadense das Relações Exteriores, Marc Garneau, se declarou "profundamente perturbado pela ausência total de transparência destas audiências".

Assim como no julgamento de sexta-feira contra Michael Spavor, foi negado o acesso a representantes da embaixada do Canadá na China.

OTribunal Popular Intermediário nº 2 de Pequim anunciou à noite que o veredito de Kovrig seria anunciado em uma data posterior.

Os diplomatas e a imprensa não puderam assistir a audiência ou ver os acusados, já que o caso é um assunto de "segurança nacional", segundo uma funcionária do tribunal.

- 26 países representados -

"Estamos muito preocupados com essa negação de acesso e com a falta de transparência em todo processo judicial", declarou o encarregado de negócios da embaixada canadense, Jim Nickel, depois de ter seu acesso negado ao tribunal pouco depois das 9h locais (22h em Brasília), a hora prevista para o início do julgamento.

Ele comemorou, no entanto, a presença de diplomatas de 26 países, incluindo Alemanha, Estados Unidos, França e Reino Unido. Esses diplomatas posaram para os fotógrafos em frente ao prédio, antes de aplaudir Nickel, que lhes agradeceu por seu apoio ao Canadá.

O diplomata canadense acredita que o julgamento vai durar até a tarde.

- "Completamente inaceitável" -

A prisão de Meng Wanzhou, filha do fundador da Huawei, em 1º de dezembro de 2018, provocou uma deterioração sem precedentes nas relações entre China e Canadá.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, considerou "completamente inaceitável" a prisão de seus dois compatriotas. Ele também disse esperar que o caso tenha sido abordado no Alasca, nas últimas quinta e sexta-feiras, na primeira reunião de alto nível entre autoridades chinesas e americanas sob a presidência de Joe Biden.

"Confio muito que este será um assunto abordado nesta cúpula", disse Trudeau, acrescentando que sabia "a seriedade com a qual os americanos levam esta situação".

O ex-embaixador canadense na China Guy Saint-Jacques estima que as duas sentenças serão conhecidas esta semana.

"A China nem mesmo tenta fazer parecer que se trata de julgamentos reais: eles não comunicam as provas à defesa, e o juiz não as examina", declarou à AFP.

"Isso confirma que o processo judicial foi solicitado pelo Partido Comunista e que se trata de julgamentos políticos", denunciou o ex-embaixador.


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