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Estado de Minas TÓQUIO

Dois americanos indiciados por ajudar na fuga de Carlos Ghosn


22/03/2021 06:35 - atualizado 22/03/2021 06:37

Promotores de Tóquio indiciaram nesta segunda-feira dois americanos acusados de ajudar Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault-Nissan, em sua fuga espetacular do Japão para o Líbano em 2019.

"A unidade especial de investigação (do MP de Tóquio) pediu ao tribunal de primeira instância de Tóquio que processe os dois em relação a estas acusações", afirmam os promotores em um comunicado.

Michael Taylor, ex-membro das forças especiais dos Estados Unidos e que trabalhava para o setor de segurança privada, e seu filho Peter, foram extraditados dos Estados Unidos no início de março, depois que esgotaram todas as possibilidades de recursos.

Os dois foram levados para o centro de detenção de Kosuge, em Tóquio, onde Ghosn permaneceu detido entre novembro de 2018 e abril de 2019.

Os Taylor foram detidos em maio de 2020 pela justiça americana, com base em uma ordem de prisão japonesa. Eles permaneceram detidos nos Estados Unidos por seu "elevado risco de fuga".

Em 31 de dezembro de 2019 os japoneses foram pegos de surpresa ao descobrir que seu réu mais famoso, Carlos Ghosn, conseguira fugir para o Líbano.

Dois dias antes, quando estava em liberdade sob fiança para aguardar o julgamento por uma suposta fraude financeira na Nissan, o franco-libanês-brasileiro deixou Tóquio de maneira discreta e seguiu até Osaka (oeste do Japão) em um trem com os dois cúmplices.

As autoridades suspeitam que ele superou os controles do aeroporto internacional de Kansai, perto de Osaka, escondido em uma grande caixa de equipamentos de áudio a bordo de um avião privado. Na época, o controle de equipamentos não era obrigatório no Japão para este tipo de aviões.

Ghosn desembarcou em Beirute em 30 de dezembro de 2019, após uma escala em Istambul.

Um documento da justiça americana destaca "uma das fugas mais descaradas e melhor planejadas da história recente".

O executivo do setor automobilístico que caiu em desgraça, objeto de um pedido de detenção da Interpol, permanece fora do alcance da justiça japonesa porque o Líbano não extradita seus cidadãos. Mas a justiça libanesa o proibiu de sair do país.

Enquanto Ghosn segue em liberdade, no Japão prosseguem as repercussões tanto do caso original contra ele como de sua fuga.

Em Tóquio seu braço direito na Nissan, Greg Kelly, está sendo julgado por suposta participação na fraude fiscal da declaração de rendimentos de Ghosn. A própria Nissan enfrenta acusações no processo e se declarou culpada.

Além disso, um tribunal da Turquia condenou dois pilotos e outro funcionário de uma pequena companhia aérea privada a quatro anos e dois meses de prisão por seu papel na fuga de Ghosn.

Ghosn fez uma escala na Turquia e mudou de avião na viagem a caminho do Líbano. Os três turcos foram acusados de participar em uma conspiração para contrabando de um migrante.

Outros dois pilotos e dois auxiliares julgados na Turquia foram absolvidos.


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