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Estado de Minas QUITO

Líder indígena pede boicote à eleição no Equador


18/03/2021 23:07

O líder indígena de esquerda Yaku Pérez, que argumenta que uma fraude da direita que o tirou da eleição presidencial de 11 de abril no Equador, pediu aos seus apoiadores nesta quinta-feira (18) que não votem nos candidatos do segundo turno.

"Não confio em nenhum dos dois candidatos, não confio neles, não confio neles", enfatizou o ambientalista depois que o Tribunal Eleitoral Contencioso (TCE) rejeitou, no último domingo, seu pedido de recontagem de metade dos votos do primeiro turno.

Pérez, advogado de 52 anos, ficou em terceiro lugar no primeiro turno de 7 de fevereiro, com 19,39% dos votos, contra 32,72% do candidato mais votado, o economista de esquerda Andrés Arauz, herdeiro político do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), e 19,74% do ex-banqueiro de direita Guillermo Lasso.

O líder indígena, que perdeu por 32.115 votos para o conservador Laço, pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a recontagem de votos da metade de cerca de 40.000 urnas, mas o órgão concordou com a revisão de apenas 31 e proclamou os resultados.

"Se em apenas 31 urnas que a CNE permitiu a recontagem recuperamos 612 (votos), imaginem quantos milhares de votos teríamos recuperado se todas fossem abertas?", denunciou Pérez em vídeo publicado nas redes sociais.

"A fraude ocorreu", acrescentou Pérez, o primeiro indígena a chegar tão perto do poder no Equador e que mantém sua oposição ao correísmo e à direita liderada por Lasso.

A Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie), maior organização de indígenas e da qual Pérez faz parte, decidiu anteriormente promover o voto nulo entre seus membros.

"Somos a terceira via, a esquerda comunitária, ecológica anti-extrativista, feminista, a esquerda que respeita os direitos da natureza", disse o líder indígena que, antes de ser candidato à presidência, renunciou à prefeitura da província andina de Azuay (sul), que havia vencido em 2019.

Pérez conquistou o apoio de 1,8 milhão de um total de 13,1 milhões de eleitores, que em 11 de abril deverão eleger o sucessor do impopular presidente Lenín Moreno, cujo mandato de quatro anos terminará em 24 de maio.

"Os vossos votos são como gotículas de água, de vida, que formam um grande rio, um rio de esperança, um rio que, por mais que os corpos eleitorais nos coloquem muros, correremos como água e seremos imparável", disse o ex-candidato.

"Eles roubaram nossas eleições, mas não nossa esperança", concluiu Pérez, sem especificar se tentaria novamente se eleger.


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