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Estado de Minas BUDAPESTE

Partido húngaro no poder abandona influente bloco conservador europeu


18/03/2021 17:39 - atualizado 18/03/2021 17:40

O partido do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, Fidesz, deixou o Partido Popular Europeu (PPE, direita), anunciou nesta quinta-feira (18) uma ministra do governo, após anos de confrontos dentro deste bloco conservador.

"Chegou a hora de dizer adeus", escreveu Katalin Novak, secretária de Estado para a Família, em um tuíte junto a uma carta de rescisão do secretariado internacional do Fidesz.

"Informo à presidência do Partido Popular Europeu que o Fidesz não deseja continuar mantendo sua adesão e o abandona", diz o documento.

Sendo assim, o partido húngaro oficializa a ruptura definitiva com a maior família política da União Europeia (UE), que reúne vários partidos de direita.

Há algum tempo, uma parte dos seus membros já defendia a exclusão do Fidesz, especialmente pelas posições contra a UE de seu líder e por impulsionar medidas na Hungria consideradas contra os direitos fundamentais.

No início de março, o partido de Orban se retirou do grupo PPE no Parlamento Europeu, para denunciar a adoção de uma reforma dos estatutos.

A troca destas regras internas permite suspender e, inclusive excluir, delegações inteiras e não apenas eurodeputados.

Só lhe faltava se retirar do próprio EPP, do qual o Fidesz estava suspenso desde março de 2019, o que se concretizou no dia de hoje.

O presidente do PPE, o polonês Donald Tusk, reagiu no Twitter: "o Fidesz abandonou a Democracia Cristã. Na verdade, o tinha feito há muitos anos", afirmou.

Até agora, treze partidos-membros em torno do núcleo duro, integrado por representantes da Benelux e dos países escandinavos, queriam a exclusão do Fidesz, mas suas tentativas sempre encontraram um obstáculo complicado, os democratas-cristãos alemães (CDU) da chanceler Angela Merkel.

No entanto, o eurodeputado alemão deste partido, Dennis Radtke, acolheu com satisfação o desfecho. "Acho que é bom que agora este capítulo possa ser encerrado", disse à AFP.

"Orban acusa o PPE de ter se inclinado para a esquerda, isto é claro que é uma bobagem. Para alguém que se moveu tanto para a direita quanto Orban, tudo parece esquerda", disse o eurodeputado, acrescentando: "a Democracia Cristã é diversa, mas não arbitrária, há limites que não devem ser ultrapassados".

O nacionalista primeiro-ministro húngaro afirmou, por sua vez, que quer refundar a direita europeia em torno dos seus "valores", junto com "os poloneses" e o também nacionalista italiano, Matteo Salvini.


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