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Estado de Minas BUENOS AIRES

Padre acusado de abuso sexual na Argentina é absolvido


09/03/2021 15:34

Um tribunal argentino absolveu nesta terça-feira (9), por prescrição do caso, um ex-padre acusado de "abuso sexual agravado" de uma aluna da escola paroquial que ele dirigia, quando a vítima tinha entre 12 e 21 anos entre 1999 e 2008.

O ex-padre Carlos Eduardo José, de 62 anos, cumpria prisão preventiva desde 2017, quando foi preso em decorrência da denúncia, que o levou a apresentar sua renúncia clerical.

"Os juízes, os advogados, aqueles que vieram apoiá-lo são cúmplices. Encobrem um pedófilo, ele agora sai e volta a abusar. Ele abusou de mim por 15 anos e não vai abusar de mim de novo, vai abusar outra menina", lamentou Mailín Gobbo, a denunciante, agora com 33 anos, após ouvir a decisão do tribunal.

A sentença será objeto de recurso na Câmara de Cassação e na Corte Suprema de Justiça, disse o advogado de Gobbo, Héctor Silveira, que havia solicitado 20 anos de prisão.

O réu "nunca negou os fatos, mas se amparam na prescrição para absolvê-lo", advertiu o advogado.

José dirigia o instituto San José Obrero na cidade de Caseros, onde Gobbo era estudante, antes de abandonar a escola aos 14 anos, mas não conseguiu evitar o vínculo com o pároco, que era amigo de sua família.

Segundo Silveira, o ex-padre "tirava Mailín todos os dias das aulas. A levava para um sótão, para um pequeno escritório. Ele tinha autoridade para entrar na aula e dizer: fulano, venha comigo".

A Justiça apura outras três denúncias contra José, feitas por ex-alunas da mesma escola.

"São centenas de vítimas, mas muitas não se atrevem a denunciar", garantiu o advogado, acrescentando que José "escolhia as suas presas, pessoas mais caladas, retraídas, de famílias vulneráveis".

Gobbo entrou com a ação judicial em 2017, mas em 2009 já o havia denunciado perante o Bispado de San Martín, que decidiu transferi-lo para outra paróquia a 300 quilômetros de Buenos Aires.

De acordo com a Rede de Sobreviventes de Abusos Eclesiásticos, há mais de 70 denúncias de abuso sexual na Igreja na Argentina. A Rede afirma que esses crimes são considerados imprescritíveis.


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