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Estado de Minas BEIRUTE

Crianças não têm perspectiva de futuro após 10 anos de guerra na Síria, diz ONG


09/03/2021 00:36

As crianças sírias - desenraizadas e vítimas de discriminação, deslocadas em um país em guerra ou refugiadas no exterior - não têm perspectiva de futuro na Síria após dez anos de guerra, afirmou nesta terça-feira a ONG Save the Children.

"Esta guerra de dez anos roubou a infância dos jovens", lamentou Jeremy Stoner, diretor da Save the Children para o Oriente Médio.

A guerra, desencadeada em março de 2011 depois que o regime reprimiu manifestações pacíficas, causou mais de 387.000 mortes e forçou milhões de pessoas a fugir, deslocadas internamente ou exiladas no exterior.

"O conflito prolongado gerou medo e pessimismo sobre a capacidade das crianças de construir suas vidas em um país atormentado pela guerra", enfatiza Stoner.

A ONG falou com mais de 1.900 crianças e seus responsáveis na Síria e no exterior entre novembro e dezembro.

Em média, 86% das crianças refugiadas questionadas na Jordânia, Líbano, Turquia e Holanda disseram que "não queriam voltar ao seu país de origem", de acordo com um relatório publicado pela ONG britânica por ocasião do 10º aniversário da o início da guerra.

"Não quero morar na Síria de novo. Também não quero ficar no Líbano", disse Nada, uma refugiada síria que mora no norte do Líbano. "Não importa aonde eu vá, se vamos para a escola, nos tratam mal e dizem que não nos querem aqui".

Na Síria, uma em cada três crianças preferiria viver em outro país, de acordo com a ONG. Como Lara, uma menina de 7 anos que mora em um acampamento para pessoas desabrigadas no noroeste da Síria.

"Depois de dez anos, nosso futuro está completamente marcado pela guerra", lamentou a jovem.

"Eu gostaria de viver em qualquer país, exceto na Síria. Em algum lugar onde estejamos seguros, onde existam escolas e brinquedos."

Mais de 8,5 milhões de crianças sírias, no país e no exterior, dependem da ajuda internacional, segundo a ONU. Cerca de 60% das crianças na Síria não têm acesso adequado a alimentos e mais da metade não está na escola, de acordo com a ONU. Das 5,6 milhões de crianças refugiadas, mais de um milhão nasceram no exílio, acrescenta a fonte.


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