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Estado de Minas BEIRUTE

Dez anos de guerra na Síria


08/03/2021 09:38

As etapas cruciais do conflito na Síria, iniciado em março de 2011 pela repressão de uma revolta popular que se transformou em uma guerra devastadora, com a participação de vários países, assim como de grupos de extremistas.

A guerra matou mais de 387.000 pessoas e obrigou milhões de pessoas a fugir de suas casas.

- Revolta e repressão -

Em 15 de março de 2011, no âmbito da Primavera Árabe, explodiu um movimento de protesto na Síria, governada com mão de ferro durante os últimos 40 anos pela família Assad. Bashar sucedeu no ano 2000 o pai, Hafez.

Pequenas manifestações foram registradas em Damasco. Mas foi na cidade de Deraa (sul), onde 15 adolescentes foram torturados por grafites contra o regime, que o movimento ganhou impulso.

As manifestações, que chegaram a outras cidades, foram reprimidas.

Em julho, um coronel refugiado na Turquia criou o Exército Sírio Livre (ESL), formado por civis e desertores do exército.

O movimento de oposição se transformou em uma rebelião armada. Os rebeldes conquistaram importantes redutos, especialmente setores da cidade de Homs (centro) e bairros de Aleppo (norte).

- A aviação, grande trunfo do regime -

Em março de 2012, o exército retomou o controle do reduto rebelde de Homs. Também executou outras operações violentas, especialmente em Hama (centro), após manifestações contra o regime.

Em julho, os rebeldes iniciaram a batalha de Damasco. O governo mantinha o controle da capital, mas partes do subúrbio passaram para as mãos dos insurgentes.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) e ativistas denunciaram o uso de "barris de explosivos" com TNT que o exército lançava de helicópteros e aviões militares.

- Hezbollah e Irã -

Em abril de 2013, o movimento xiita libanês Hezbollah reconheceu que atuava na Síria para ajudar as forças de Assad, da minoria alauita, um braço do xiismo. O grupo enviou milhares de combatentes.

O Irã se lançou ao resgate do regime e mobilizou tropas de elite e milícias estrangeiras.

- Recuo dos Estados Unidos-

Em agosto de 2013, um ataque químico atribuído ao governo sírio em duas zonas rebeldes perto de Damasco provocou mais de 1.400 morte, segundo o governo dos Estados Unidos.

O presidente Barack Obama, para quem os ataques químicos eram uma das linhas vermelhas, desistiu no último momento de ordenar bombardeios de represália e estabeleceu um acordo com a Rússia para desmantelar o arsenal químico sírio.

- Extremistas -

Em junho de 2014, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) proclamou um "califado" nos territórios conquistados na Síria e Iraque.

Em setembro, uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos executou os primeiros bombardeios contra o EI na Síria.

As Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pela milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG) e apoiadas pela coalizão, expulsaram o EI de seu reduto de Raqa e depois assumiram o controle, em março de 2019, de seu último bastião na Síria, Baghuz.

- Putin ajuda Assad -

O apoio ajudou muito o regime. A rebelião sofreu uma série de derrotas e foi expulsa de Aleppo no fim de 2016 e depois de Guta Oriental (perto de Damasco), em 2018, por grandes bombardeios.

- Ataques químicos -

Em abril de 2017, um ataque com gás sarin, atribuído ao regime, matou mais de 80 civis em Khan Sheikhun (província de Idlib).

Em represália, o presidente americano, Donald Trump, ordenou o bombardeio da base aérea de Al Shayrat (centro).

Em abril de 2018, Estados Unidos, França e Reino Unido executaram bombardeios conjuntos de represália contra posições militares do governo sírio em reação a um ataque químico em Duma, perto de Damasco.

- Nova operação da Turquia -

Em 9 de outubro de 2019, a Turquia, que já havia executado duas operações no norte da Síria desde 2016, iniciou uma ofensiva aérea e terrestre, ao lado de seus apoios na Síria e facilitada pela retirada dos Estados Unidos, para afastar da fronteira os milicianos das YPG.

A operação permitiu a Ancara assumir o controle de uma faixa de fronteira de 120 quilômetros dentro do território sírio.

- Idlib, último reduto extremista e rebelde -

Em dezembro de 2019, o governo, apoiado pela Rússia, iniciou uma nova ofensiva para reconquistar Idlib (noroeste), o último grande reduto extremista e rebelde.

Uma trégua decretada em março de 2020 após um acordo Rússia-Turquia interrompeu a ofensiva do regime, que conseguiu ganhar um pouco mais de território fora de seu controle.

- Veredito histórico -

Em 24 de fevereiro de 2021, a justiça alemã condenou um ex-membro do serviço de inteligência sírio a quatro anos e meio de prisão por "cumplicidade em crimes contra a humanidade".

Esta foi a primeira vez no mundo que um tribunal se pronunciou sobre um caso relacionado com os atos atribuídos ao regime.


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