De acordo com dados não oficiais dos canais Unitel e Red Uno, o MAS, do presidente Luis Arce e de seu mentor Evo Morales (2006-2019), perdeu nas cidades de La Paz, sua vizinha El Alto, Cochabamba (centro) e Santa Cruz (leste), as maiores praças políticas do país.
Em La Paz venceu Iván Arias, ministro da ex-presidente de direita Jeanine Áñez (2019-2020); em El Alto Eva Copa, ex-presidenta do Senado e agora dissidente do MAS; em Cochabamba o ex-capitão do exército Manfred Reyes Villa; e em Santa Cruz lutam pelo primeiro lugar os opositores Gary Áñez e Jhonny Fernández.
A eleição de prefeitos nas cidades é definida em primeiro turno por maioria simples de votos.
Em cidades com menor peso político, o partido do governo venceu apenas em Sucre (sudeste), capital do departamento de Chuquisaca, e o resultado era incerto em outras quatro devido à pequena margem de diferença entre o primeiro e o segundo.
A Unitel anunciou que o nível de confiança de seus números alcança 95%.
Nas eleições para governadores de departamentos, o MAS venceu em Cochabamba e perdeu em Santa Cruz.
Os resultados de boca de urna do canal Unitel apontam segundo turno nos demais departamentos: La Paz, Oruro (oeste), Potosí (sudoeste), Tarija (sul), Chuquisaca (sudeste), Beni (nordeste) e Pando (norte).
Evo Morales afirmou, no entanto, que as contagens de seu partido são muito diferentes.
"A direita só nos venceu em Santa Cruz", declarou o ex-presidente, antes de destacar que seu partido vai triunfar nas eleições de cinco governadores, incluindo La Paz, Oruro, Potosí e Pando.
As eleições para governadores, ao contrário das disputas para prefeituras, são definidas em primeiro turno apenas se o primeiro colocado superar 50% mais 1 dos votos ou alcançar 40% com uma vantagem de 10 pontos para o segundo.
Caso isto não aconteça, o segundo turno será disputado em 11 de abril.
A socióloga María Teresa Zegada avaliou que "há prefeituras consolidadas, com muita distância na votação, como nos casos de Arias (em La Paz) e Reyes Villa (em Cochabamba)".
Os resultados oficiais do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) serão divulgados no prazo de oito a 10 dias.
Quase 7,1 milhões de bolivianos estavam registrados para votar de maneira obrigatória e definir nove governadores e 336 prefeitos e seus respectivos membros da assembleia regional e vereadores municipais.
A votação aconteceu de maneira tranquila no geral, mas na pequena localidade de Colpa Bélgica, no departamento de Santa Cruz, que tem 6.300 habitantes, algumas pessoas queimaram cédulas de votação.
O protesto foi motivado pela transferência ilegal de eleitores de outras cidades para aumentar o número de votos de um candidato, embora o nome do político não tenha sido divulgado.
LA PAZ