"Nomadland", retrato de americanos desfavorecidos que viajam pelo Oeste do país em caminhonetes vivendo de empregos temporários, fez história no último domingo no Globo de Ouro, ganhando também o prêmio de melhor filme.
O sucesso da cineasta, que reside nos Estados Unidos, atraiu admiração na China no início da semana, com a mídia chinesa noticiando a "diretora chinesa", descrevendo-a como "uma fonte de orgulho".
Mas logo apareceram declarações atribuídas a Chloé Zhao em uma revista americana em 2013, em que ela parece criticar seu país natal.
De acordo com uma captura de tela do suposto artigo, a diretora afirma que a China é "um lugar onde há mentiras por toda parte". Em outra entrevista que também circula nas redes sociais, ela indica que "Estados Unidos agora é [o seu] país".
Essas supostas declarações da cineasta não aparecem nos sites das mídias em questão, mas causaram indignação na China, onde alguns internautas a trataram como "traidora", em um contexto de nacionalismo exacerbado.
A palavra-chave "Nomadland" não pode ser encontrada na rede social Weibo, mas as discussões sobre o filme e sua diretora não parecem ter sido censuradas.
A estreia de "Nomadland" na China está oficialmente programada para 23 de abril, mas a data não aparece mais nas principais plataformas de cinemas do país e seu lançamento é incerto, comentou a revista Variety na sexta-feira.
PEQUIM